Saiba o que fazer para ajudar o seu filho a superar situações de Bullying na escola
Foto: Bruno Lanza
Bullying: a situação é grave, mas há solução à vista
Fala-se muito hoje em bullying. A palavra, originária da língua inglesa, é empregada boa parte das vezes de modo errado, espécie de caldeirão onde se joga tudo de ruim que pode acontecer em sala de aula. Há crianças que sofrem, no dia a dia escolar, situações que lhes causam mal, mas que não podem ser chamadas de bullying. Há quem veja apenas como brincadeira o que é percebido, no outro, como agressão e razão de infortúnio. Há crianças, vítimas de bullying, que também são entendidas como as responsáveis por esse tipo de situação - nem sempre o agressor é quem dá início a esse tipo de violência, algo que os pais não conseguem admitir, particularmente, os da criança agredida. Nove fora, a falta de informação sobre o tema é enorme, tornando o bullying uma violência que atinge a todos, os pais incluídos.
"O bullying acontece, quando existe um movimento real contra uma determinada criança", esclarece a psicóloga e psicopedagoga Nívea Maria de Carvalho Fabrício, diretora do Colégio Graphein, em São Paulo. "É uma campanha, uma perseguição contra um alvo muito bem definido." Com mais de 38 anos de experiência no trato com alunos das mais variadas personalidades e histórias familiares, Nivea já viu de tudo um pouco. Tem, portanto, expertise de sobra para colocar os pingos nos iis em relação a um tema tão atual e afeito a provocar dúvidas. Em sua opinião, são nas escolas maiores, onde as relações ocorrem de modo impessoal e a capacidade de controle é menor em face do número de alunos, que as possibilidades de acontecer bullying crescem e causam apreensão. "Nessas escolas, existem hoje três grupos de alunos, os nerds, os populares e os bobos - já ouvi muita criança dizer que não pode ser nerd ou "CDF", caso contrário, não será querida da classe", Nivea descreve. "Os bobos? Não se misturam com o resto dos alunos".
Começa, então, a funcionar uma divisão social dentro de uma grande escola típica do universo paulistano, por exemplo. O bullying? Ele acontece, quando um desses grupos implica com um determinado aluno, a crítica se propaga ferozmente pelas redes sociais e o caos se instala. Em especial, em casa. Porque os pais pouco ou nada conseguem fazer para ajudar os filhos, sejam eles os agredidos ou agressores, a sobreviverem ao contato com o bullying - na opinião de Eric Debarbieux, diretor do Observatório Internacional das Violências nas Escolas, "uma das violências mais graves que o ser humano pode sofrer."
Apesar da gravidade do problema, Birgit Möbus, psicopedagoga da Escola Suíço-Brasileira, em São Paulo, faz questão de alertar que o bullying é muito sensível à intervenção das autoridades - no caso da escola, dos professores, supervisores e mesmo diretores. "Mas é preciso que a comunidade escolar se envolva como um todo para combater essa violência de modo a reduzir efetivamente o número e a gravidade dos casos", adianta Birgit.
Atualmente, o PLC 68/2013, que institui o Programa de Combate à Intimidação Sistemática (Bullying) em território nacional, está à espera da sanção presidencial. Aprovado pelo Senado no mês passado, voltou à Câmara dos Deputados, já que sofreu alterações na Comissão de Direitos Humanos do Senado. O projeto poderá dar bases para ações de prevenção e combate do Ministério da Educação e das Secretarias Estaduais e Municipais.
Ou ainda: a situação é grave, mas há solução à vista. Faz parte dela a adoção de atitudes no ambiente escolar, caso do respeito e da generosidade, entre outras. "São palavras aparentemente vagas, mas bastante sérias... a criança hoje fica brava por muito pouco!", aponta Nivea. E isso não pode continuar assim, certo? "É desde pequeno que se aprende ser possível vencer, ao lado do outro, os obstáculos que a vida impõe", lembra Gisela Sartori Franco, psicóloga e especialista em Convivência Cooperativa. "A gentileza, o consenso e o diálogo, infelizmente, não são hoje treinados em sala de aula, daí a necessidade dos pais estarem atentos à rotina escolar e exigirem, nas reuniões com professores, mudanças no currículo escolar."
Eis uma sugestão de como os pais devem se comportar para ajudar seus filhos a sobreviverem - com saúde! - ao contato com o bullying. Com a ajuda das especialistas Nivea Maria de Carvalho Fabrício, Birgit Möbus e Gisela Sartori Franco, destacamos outras de igual importância a seguir.
Especial Bullying Matérias especiais para você entender tudo sobre bullying e o que fazer para ajudar |
"O bullying acontece, quando existe um movimento real contra uma determinada criança", esclarece a psicóloga e psicopedagoga Nívea Maria de Carvalho Fabrício, diretora do Colégio Graphein, em São Paulo. "É uma campanha, uma perseguição contra um alvo muito bem definido." Com mais de 38 anos de experiência no trato com alunos das mais variadas personalidades e histórias familiares, Nivea já viu de tudo um pouco. Tem, portanto, expertise de sobra para colocar os pingos nos iis em relação a um tema tão atual e afeito a provocar dúvidas. Em sua opinião, são nas escolas maiores, onde as relações ocorrem de modo impessoal e a capacidade de controle é menor em face do número de alunos, que as possibilidades de acontecer bullying crescem e causam apreensão. "Nessas escolas, existem hoje três grupos de alunos, os nerds, os populares e os bobos - já ouvi muita criança dizer que não pode ser nerd ou "CDF", caso contrário, não será querida da classe", Nivea descreve. "Os bobos? Não se misturam com o resto dos alunos".
Começa, então, a funcionar uma divisão social dentro de uma grande escola típica do universo paulistano, por exemplo. O bullying? Ele acontece, quando um desses grupos implica com um determinado aluno, a crítica se propaga ferozmente pelas redes sociais e o caos se instala. Em especial, em casa. Porque os pais pouco ou nada conseguem fazer para ajudar os filhos, sejam eles os agredidos ou agressores, a sobreviverem ao contato com o bullying - na opinião de Eric Debarbieux, diretor do Observatório Internacional das Violências nas Escolas, "uma das violências mais graves que o ser humano pode sofrer."
Apesar da gravidade do problema, Birgit Möbus, psicopedagoga da Escola Suíço-Brasileira, em São Paulo, faz questão de alertar que o bullying é muito sensível à intervenção das autoridades - no caso da escola, dos professores, supervisores e mesmo diretores. "Mas é preciso que a comunidade escolar se envolva como um todo para combater essa violência de modo a reduzir efetivamente o número e a gravidade dos casos", adianta Birgit.
Atualmente, o PLC 68/2013, que institui o Programa de Combate à Intimidação Sistemática (Bullying) em território nacional, está à espera da sanção presidencial. Aprovado pelo Senado no mês passado, voltou à Câmara dos Deputados, já que sofreu alterações na Comissão de Direitos Humanos do Senado. O projeto poderá dar bases para ações de prevenção e combate do Ministério da Educação e das Secretarias Estaduais e Municipais.
Ou ainda: a situação é grave, mas há solução à vista. Faz parte dela a adoção de atitudes no ambiente escolar, caso do respeito e da generosidade, entre outras. "São palavras aparentemente vagas, mas bastante sérias... a criança hoje fica brava por muito pouco!", aponta Nivea. E isso não pode continuar assim, certo? "É desde pequeno que se aprende ser possível vencer, ao lado do outro, os obstáculos que a vida impõe", lembra Gisela Sartori Franco, psicóloga e especialista em Convivência Cooperativa. "A gentileza, o consenso e o diálogo, infelizmente, não são hoje treinados em sala de aula, daí a necessidade dos pais estarem atentos à rotina escolar e exigirem, nas reuniões com professores, mudanças no currículo escolar."
Eis uma sugestão de como os pais devem se comportar para ajudar seus filhos a sobreviverem - com saúde! - ao contato com o bullying. Com a ajuda das especialistas Nivea Maria de Carvalho Fabrício, Birgit Möbus e Gisela Sartori Franco, destacamos outras de igual importância a seguir.
Para ler, clique nos itens abaixo:
- 1. O envolvimento dos pais no dia a dia escolar
- 2. Ajuda para a família
- 3. Não tirar o filho imediatamente da escola onde sofreu bullying
- 4. A atenção ao tempo
- 5. Observar de onde parte o bullying
- 6. O tema e a sala de aula
- 7. O tema e a reunião de pais
- 8. A cobrança dos pais
- 9. A manutenção do diálogo
- 10. Incluindo a conversa no dia a dia da família
- 11. Falta de tempo não é pretexto
- 12. Colocar-se no lugar do outro
- 13. Troca de informações
- 14. Busca por ajuda
- 15. Pressões psicológicas
- 16. A hora de intervir
- 17. O exercício da autoridade
- 18. O equilíbrio da autoestima
- 19. A parceria da escola e das famílias
- 20. Postura assertiva
- 21. Respeito às diferenças
- 22. Dinâmicas de grupo
- 23. Uso da internet
- 24. Inspiração de confiança
- 25. A vitimização dos filhos
- 26. Despertamento da coragem
- 27. Conversa aberta
- 28. Os pais e o sucesso dos filhos
- 29. Culpa dos pais?
- 30. Além da escola
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