Estratégias pedagógicas para alunos com TDAH
O Transtorno
de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) é uma das causas de dificuldade de aprendizado de natureza neurobiológica mais comum
durante a infância e a adolescência. Ocorre em 6-10% das crianças e pode
acarretar sérios prejuízos no rendimento escolar e na capacidade de se
apropriar da aprendizagem adequada da leitura, escrita e matemática. O
diagnóstico deve ser o mais precoce possível a fim de prevenir lacunas de
conteúdo e futuros distúrbios de aprendizagens. Seu tratamento deve sempre
envolver uma abordagem interdisciplinar com uso de medicações, psicoterapia e
intervenções nos atrasos de desenvolvimento que podem se associar ao
transtorno. Ressalta-se neste contexto, como estratégia fundamental, a adoção
de formas e meios pedagógicos para otimizar e melhorar o engajamento atencional
da criança com TDAH.
Mas, como trabalhar
a pedagogia com o TDAH?
Estas
crianças tem dificuldade de memorização de sequências, não percebem detalhes,
reincidem nos mesmos erros, desorganizam-se constantemente, esquecem conteúdos
correlacionados ao tema principal, perdem-se nos eventos que são paralelos ao
evento principal de uma determinada matéria, no passo-a-passo das fórmulas e
dos conceitos das matérias mais decorativas ou monótonas. Portanto, a escola
deve participar do processo terapêutico formulando práticas e caminhos que
facilite e otimize a absorção de conteúdos e a desenvoltura nas avaliações.
No
tocante ao TDAH na escola,
podemos dividir tais estratégias em 3 eixos de ação: didática
em sala de aula, meios de avaliação e apoio organizacional. A didática em
sala de aula deve buscar meios que melhorem a concentração deste aluno: mudar
tom de voz de acordo com a necessidade dando ênfase em momentos mais
importantes do assunto, colocar este aluno para sentar bem próximo do
professor, começar a aula com algum tipo de motivação (uso de quiz ou perguntas
que devem ser respondidas ao final após a transmissão do conteúdo e que, em
caso de acerto, pode ser dada uma nota que se somará à média final), associar o
assunto da aula a alguma situação do contexto que interessa ao aluno ou que
tenha uma aplicação prática, utilizar–se de estímulos audiovisuais ou
sensoriais, os quais têm grande poder de memorização, ser mais emocional na
transmissão da aula, menos cópia e menos texto.
Em
relação aos meios de avaliação, o professor pode variar e enriquecer as formas
de averiguar se este aluno absorveu ou não a matéria aplicando não somente as
clássicas provas objetivas, mas também trabalhos, pesquisas de campo,
apresentações em sala, participação em discussões, etc. As provas devem ser
enxutas, objetivas, curtas, sem pegadinhas. Como este aluno se distrai e se
perde nos detalhes, é importante ao final da prova que seja dado um tempo
complementar para que reveja as questões em busca de possíveis lapsos ou
distrações e dada à oportunidade de corrigir ou refazer a questão. Alguns
alunos podem ser favorecidos com o professor lendo as provas antes de
iniciá-las, pois podem compreender melhor as questões ouvindo-as.
No
apoio organizacional, o professor pode ajudar criando uma rotina
pré-estabelecida com o aluno o qual deve seguir repetidamente e diariamente.
Esta espécie de roteiro serve para ser um lembrete diário.
Neste, pode-se escrever
assim, passo-a-passo:
- fazer as tarefas de hoje;
- selecionar dúvidas para levar ao professor;
- verificar maiores dificuldades;
- estudar para as provas mais próximas;
- organizar o material para o dia seguinte; etc.
Assim,
ao chegar em casa, este roteiro servirá de apoio para lembrar e criar uma forma
de resolver sem se perder. Neste quesito, a família tem papel fundamental ao
ajudar a concretizar este processo e sentar com a criança para fazer suas
tarefas, tirando suas dúvidas e motivando a terminá-las. A escola estimulará,
assim, o engajamento dos seus cuidadores no cuidado em preservar o gosto de seu
filho pelos estudos. Uma bela parceria, não?
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