Os processos educacionais na
infância têm a finalidade de ajudar as crianças a desenvolver habilidades
e competências ligadas a capacidade de aprender por meio das atividades
acadêmicas ou escolares. Estes processos, por sua vez, precisam ser lapidados e
bem estruturados nos primeiros anos de vida pré-escolares, a fim de que a
criança chegue à escola com os quesitos neuropsicomotores consolidados.
A psicomotricidade é
uma ciência que tem a finalidade de estudar a interação entre aspectos motores, cognitivos e afetivos durante os
primeiros anos de vida, também em como avaliar e planejar estas habilidades no
sentido de observar anormalidades e sincronizar estas competências alinhando-as
em direção à plenitude destas funções de acordo com o desenvolvimento da
criança e com a sua maturidade.
Nos primeiros anos de vida, a
criança passa por constantes modificações evolutivas em vários eixos de seu
desenvolvimento; o motor, o adaptativo, o pessoal-afetivo, nas emoções e na
linguagem. O respeito às etapas e a aquisição adequada de cada habilidade
em cada momento da vida é essencial e sinaliza integridade anatômica e
funcional do cérebro. Mesmo assim, algumas crianças podem evoluir de
forma inadequada e atrasada e, sem intervenção, chegar em desvantagem na fase
escolar de sua vida.
Os princípios e a metodologia
psicomotora contribuem para reduzir os riscos de má evolução
acadêmica, pois recomenda trabalhar e desenvolver os mais variados aspectos
ligados à eficácia motora e cognitiva da criança sem deixar de acrescentar que
o respeito ao limiar normal esperado da criança é essencial para que a
maturação cerebral e as particularidades neurofuncionais de acordo com a idade
se façam sem sobrecarregar emocionalmente a criança.
Além disto, a psicomotricidade
tem em seu bojo princípios sintonizados com aspectos peculiares do cérebro como
hierarquia, especialização e lateralização. O andamento de um bom
desenvolvimento psicomotor se baseia antes na boa estruturação de habilidades
mais amplas e básicas (tônus, equilíbrio e postura) para depois serem aplicadas
maior performance nas habilidades mais finas (coordenação
motora, lateralidade, praxia). Por sua vez, a especialização deve ser
estimulada para que o cérebro “reserve espaço” para outras demandas e
habilidades e possa ceder mais áreas para novas aprendizagens. A
lateralidade se destina a habilidade de concentrar determinadas funções ora do
lado direito, ora do lado esquerdo do cérebro com a finalidade de organizar
melhor as funções cerebrais de acordo com o domínio lateral atingido pela
criança. Como o lado direito costuma amadurecer mais precocemente (até os
6 anos), deve se dar mais ênfase às atividades que estimulem tal lado até os 6
anos.
A condução cada vez mais pautada
em evidências científicas vem mostrando que a relevância da psicomotricidade no
rol dos modelos e métodos que podem trazer maior favorecimento na Educação é
óbvia e colocar seu modus operandi na escola pode favorecer
amplamente a aprendizagem.
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