quinta-feira, 30 de agosto de 2018

INEP - MEC

do Ensino Médio  de em Língua Portuguesa

Saeb 2017 revela que apenas 1,6% dos estudantes brasileiros do Ensino Médio demonstraram níveis de aprendizagem considerados adequados em Língua Portuguesa

É baixíssimo o percentual de brasileiros às vésperas de concorrer a uma vaga no ensino superior com conhecimento adequado em Língua Portuguesa. Apenas 1,62 % dos estudantes da última série do Ensino Médio que fizeram os testes desse componente curricular no Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) 2017 alcançaram níveis de aprendizagem classificados como adequados pelo Ministério da Educação (MEC). O percentual equivale a cerca de 20 mil estudantes do total de 1,4 milhão que fez a prova nessa etapa. Em Matemática a situação não é muito diferente: somente 4,52% dos estudantes do ensino médio avaliados pelo Saeb 2017, cerca de 60 mil, superaram o nível 7 da Escala de Proficiência da maior avaliação já realizada na Educação Básica brasileira.
Se nada for feito pelo Ensino Médio brasileiro, em breve os anos finais do Ensino Fundamental vão superar a última etapa da Educação Básica em relação aos ganhos de aprendizagem. O alerta vem dos resultados do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) 2017 divulgados nesta quinta-feira, 30 de agosto, pelo MEC e pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), em coletiva de imprensa na sede do Ministério. As evidências demonstram um Ensino Médio praticamente estagnado desde 2009, e que tem agregado muito pouco ao desenvolvimento cognitivo dos estudantes brasileiros.
De forma geral, a baixa qualidade do ensino nessa etapa prejudica a formação dos estudantes e, consequentemente, atrasa o desenvolvimento social e econômico do país. “O ensino médio brasileiro relevado pelo Saeb 2017 é um desastre. O desempenho insuficiente dos nossos estudantes, edição após edição da avaliação, confirma a importância das mudanças que trouxemos com o Novo Ensino Médio", defende o Ministro da Educação, Rossieli Soares.
Autora da Matriz de Referência do Saeb na década de 1990 e presidente do Inep, Maria Inês Fini, defende a busca por soluções inovadoras. “Lamentavelmente os resultados não registram ganhos de aprendizagens das nossas crianças e jovens. O Saeb 2017 evidencia, mais uma vez, a urgência da implantação e do apoio a revolucionários programas iniciados pela Novo Ensino Médio, pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC), o Mais Alfabetização, e o Ensino em tempo integral, para citar só alguns. É desalentador o confronto com esses resultados”, ressalta.
A edição de 2017 do Saeb foi a primeira a avaliar os concluintes do ensino médio da rede pública de forma censitária. Também foi inédita a participação voluntária das escolas privadas com oferta da 3ª série do Ensino Médio por meio de adesão. Mais de 5,4 milhões de estudantes do 5º e 9º ano do Ensino Fundamental, e da 3ª série do Ensino Médio, de mais de 70 mil escolas foram avaliados com testes de Língua Portuguesa e Matemática. Também foram aplicados questionários para diretores, professores e estudantes. Oitenta porcento das escolas participantes cumpriram os critérios estabelecidos e terão seus resultados divulgados.
Responsável pela aplicação e cálculo dos resultados, o Inep também defende uma maior reflexão sobre os dados. “Somente com base em evidências poderemos fomentar o redesenho das políticas públicas da Educação Básica brasileira. Os resultados de aprendizagem dos nossos estudantes revelados pela avaliação são preocupantes. Isso reforça nossa opção por apresentar os dados do Saeb e do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) separadamente, diferentemente do que se fazia em anos anteriores. Nosso objetivo é dar maior visibilidade para os resultados de aprendizagens para possibilitar o aprofundamento da reflexão sobre essas evidências”, defende Luana Bergmann, diretora de Avaliação da Educação Básica do Inep.
Ensino fundamental – No 5º ano do Ensino Fundamental, o Saeb 2017 revelou avanços no desempenho de Língua Portuguesa e Matemática. Nas duas áreas do conhecimento os estudantes brasileiros apresentam nível 4 de proficiência média, o primeiro nível do conjunto de padrões considerados básicos pela Secretaria de Educação Básica do Ministério da Educação. No 9º ano do Ensino Fundamental também há avanços, porém menores. Ao final dessa etapa os estudantes brasileiros apresentaram nível 3 de proficiência média em ambas as áreas de conhecimento avaliadas, considerado insuficiente pelo MEC. A Escala de Proficiência de Língua Portuguesa é dividida entre os níveis 0 e 9, enquanto a de Matemática é entre os níveis 0 e 10.
Os resultados do Saeb 2017 também revelam grandes desigualdades educacionais no Brasil. Nove estados registraram as maiores proficiências médias em ambos os componentes avaliados em todas as etapas avaliadas: Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo. Outros estados se destacaram por proporcionarem mais ganhos de aprendizagem aos seus estudantes, em ambos os componentes avaliados e em todas as etapas avaliadas, quando se compara as edições de 2017 e 2015. São eles: Acre, Alagoas, Ceará, Goiás, Piauí e Tocantins. Goiás é único estado a compor ambos os grupos.
Edição 2019 – O Inep anunciou, recentemente, uma reestruturação e ampliação do Saeb já para 2019. O Instituto deixará de usar, definitivamente, os nomes ANA, Aneb, Anresc e Prova Brasil e todas as avaliações do Sistema passarão a ser identificadas pelo nome Saeb, acompanhado das etapas de ensino. O Saeb 2017, desde sua aplicação, já deixou de lado o antigo nome que identificada a avaliação dos estudantes de anos finais do Ensino Fundamental e Médio. Entre as novidades para o Saeb 2019, destaca-se a avaliação das dimensões da qualidade educacional que extrapolam a aferição de proficiências em testes cognitivos. As condições de acesso e oferta das instituições de Educação Infantil também passarão a ser observadas.
Saeb – O Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) é um processo de avaliação em larga escala realizado periodicamente pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). O Saeb oferece subsídios para a elaboração, o monitoramento e o aprimoramento de políticas com base em evidências, permitindo que os diversos níveis governamentais avaliem a qualidade da educação praticada no país. Por meio testes e questionários, o Saeb reflete os níveis de aprendizagem demonstrados pelo conjunto de estudantes avaliados. Esses níveis de aprendizagem estão descritos e organizados de modo crescente em Escalas de Proficiência de Língua Portuguesa e de Matemática para cada uma das etapas avaliadas. A interpretação dos resultados do Saeb deve ser realizada com apoio das Escalas de Proficiência. Os resultados de aprendizagem dos estudantes, apurados no Saeb; juntamente com as taxas de aprovação, reprovação e abandono, apuradas no Censo Escolar; compõem o Ideb.
Boletim das Escolas (Divulgação até 30 de setembro)
Painel Educacional de Estados e Municípios (Divulgação até 30 de outubro)

sexta-feira, 24 de agosto de 2018

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RETORNO À ANTÁRTIDA



Olá Amélio, tudo bem?
Há dois dias você assinou a petição pela proteção da Antártida. Agora... você sabia que a relação do Greenpeace com a Antártida é antiga? Chegamos até a montar uma base por lá! Isso foi em 1987, quando estávamos em plena campanha para criar um “Parque Mundial Antártico” e manter assim o continente fora das operações militares e das atividades petrolíferas. E tivemos sucesso!
Antártida, 1988
Em 1991, quando as nações concordaram em proteger integralmente a Antártida, nossa base foi fechada e removida no mesmo ano, sem deixar rastros. Desde então, só atividades de pesquisa científica são permitidas no continente de gelo.
Essa vitória e esse retorno à Antártida só foram possíveis com a ajuda de pessoas como você, Amélio. A nossa independência financeira permite ações como essas não só na Antártida, mas em todo o planeta. Por isso, é tão importante não aceitarmos doações de empresas nem governos. Dessa forma enfrentamos qualquer um que não respeite a vida ou que coloque regiões importantíssimas como a Antártida em risco.

sábado, 18 de agosto de 2018

AGRONEGÓCIOS



Agricultura de Precisão

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A Agricultura de Precisão é um sistema de gerenciamento agrícola que cresce no País na medida que as informações sobre conceitos, técnicas e vantagens chegam ao produtor rural.
As tecnologias de AP detectam, monitoram e orientam homens e mulheres do campo na gestão da propriedade, para melhorar a produtividade, a preservação do meio ambiente e a renda. 
A Agricultura de Precisão começou com as tecnologias das máquinas dotadas de receptores GPS e geração de mapas de produtividade. Avançou  e hoje vai além dos equipamentos e das culturas de milho e soja. Pode ser usada em todas as cadeias produtivas do setor agropecuário.  Com medidas de gestão adaptadas à realidade de cada produtor, oferece ferramentas para otimização do uso de insumos e inovação permanente no campo.
Esse enfoque apresenta grandes desafios às tecnologias e aos conhecimentos disponíveis sobre sistemas de produção, que eram uniformes, com técnicas de manejo que não consideravam a grande variabilidade da produção e da qualidade hoje detectadas.
O Brasil é hoje um gigante no cenário agrícola no mundo. Mas a Agricultura de Precisão precisa crescer muito para acompanhar o ritmo de produção. Muitos produtores ainda associam AP a um pacote de mágico que chega ao campo via satélite, com soluções para os problemas da agricultura.  
Foi  para  ajudar o produtor rural a entender melhor o que é  agricultura de precisão e acabar com a ideia de que AP só se faz com máquinas, que o SENAR lançou em 2012, durante a Rio +20, no Rio de Janeiro uma série de seminários, que realizou ao longo do segundo semestre, em 10 municípios polos do agronegócio no País.

O Programa do SENAR:
O SENAR também criou o programa Agricultura de Precisão para levar ao produtor rural seus conceitos e tecnologias. Em 2011, iniciou a capacitação de instrutores, em treinamentos de 80 horas e  firmou parcerias com a Embrapa, universidades e empresas que fabricam máquinas de AP. 
E algumas Administrações Regionais do SENAR já desenvolvem  cursos para produtores e trabalhadores rurais. A meta é chegar a todo o Brasil.
O curso tem carga horária de 120 horas e é desenvolvido em módulos: 
AP para todos – 16h 
DGPS – 16h 
Piloto Automático – 16h  
Semeadora a taxa variável – 16h 
Distribuidores a taxa variável – 16h 
Autopropelido – NR31 – 24h 
Monitor de colheita – 16h
 
O  blog Agricultura de Precisão do SENAR também contribui para disseminar os conhecimentos de AP. Artigos, palestras, cursos, seminários,  notícias e espaço para interação com os internautas. 
*Um pouco da história da agricultura de precisão
Os primeiros relatos acadêmicos de técnicas que trabalhavam com a variabilidade espacial dos atributos do solo datam da década de 1920. No Brasil, a Agricultura de Precisão foi introduzida em meados da década de 1990, porém os avanços significativos só aconteceram a partir de maio de 2000, quando o Sistema de Posicionamento Global (GPS, acrônimo do inglês Global Position System), que é de propriedade do Departamento de Defesa dos Estados Unidos para uso militar, eliminou um erro proposital no sinal, diminuindo as incertezas no posicionamento de aproximadamente 45 metros para 6,3 metros.
No meio acadêmico, a ESALQ/USP (Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz – Universidade de São Paulo) esteve entre as pioneiras, organizando em 1996 o primeiro Simpósio sobre Agricultura de Precisão.
No início dos anos 2000, no RS surgiu o Projeto Aquarius, desenvolvido pela UFSM (Universidade Federal de Santa Maria) em parceria com empresas privadas. Neste mesmo período, outras instituições de pesquisa como a UFV (Universidade Federal de Viçosa) também tiveram iniciativas pioneiras em outras regiões.
Os produtores pioneiros tiveram contato muito próximo com as instituições de pesquisa, muitos deles oferecendo suas propriedades como áreas de teste.
A nova fase da AP avançou para além dos equipamentos e das culturas de milho e soja, aplicando-se a todos os sistemas de produção que apresentem variabilidade. Assim, as demandas atuais para a AP tem se voltado para a gestão da variabilidade espaço-temporal, ao entender que ao tratar com respeito os diferentes atributos inclusive espaciais da lavoura aumenta o retorno econômico e minimiza os danos ao meio ambiente. Esse enfoque apresenta grandes desafios às tecnologias e aos conhecimentos disponíveis sobre sistemas de produção anteriormente considerados uniformes, pois as técnicas de manejo até então não consideravam a grande variabilidade da produção e da qualidade hoje detectadas.
A Embrapa também contribui com o desenvolvimento da Agricultura de Precisão no país organizando uma Rede de Pesquisa com mais de 200 pesquisadores e 19 Unidades de Pesquisa e diversos colaboradores de universidades, institutos de pesquisa e empresas. A Rede Agricultura de Precisão tem 15 áreas experimentais distribuídas no Nordeste, Centro-oeste, Sudeste e Sul do país, cobrindo culturas anuais (milho, soja, trigo, arroz irrigado e algodão), culturas perenes (eucalipto, uva, pastagem, cana-de-açúcar, laranja, maçã e pêssego), além de experimentos na área da zootecnia de precisão

INCLUSÃO ESCOLAR



Educação inclusiva: o que é e como fazer direito (e bem feito)

"É dever da escola tratar com igualdade alunos com e sem deficiência”, diz Marta Gil, coordenadora do projeto "Práticas e Desafios da Educação Inclusiva".
A Educação inclusiva diz respeito a atender às necessidades especiais que todos os alunos possam ter em algum momento de sua vida escolar, transformando a escola em um espaço para todos. O Plano Nacional de Educação (PNE) estabelece que essa inclusão atravessa todas as etapas de ensino, da Educação Infantil ao Ensino Superior. A regulamentação ainda define que o atendimento educacional especializado (AEE) e a disponibilização de serviços e recursos para orientar os alunos e professores do ensino regular a esse respeito são premissas da Educação brasileira.
Alunos com alguma deficiência, seja ela intelectual, mental, física, auditiva, visual e múltipla devem ter acesso a recursos diferenciados identificados como necessidades educacionais especiais (NEE). Mas qualquer adaptação ou adequação não pode ser caracterizada como um plano paralelo ao currículo escolar aplicado a todos os alunos. O ensino de linguagens e códigos específicos de comunicação e sinalização, no caso da deficiência visual e auditiva, adaptações do material e do ambiente físico, no caso da deficiência física, e estratégias diferenciadas para adaptação e regulação do comportamento, no caso do transtorno global, são alguns exemplos de meios para garantir os direitos desses estudantes nas escolas.
Mesmo diante de algumas normas já existentes sobre a Educação Inclusiva no Brasil, algumas dúvidas ainda permanecem para professores e diretores que recebem alunos com deficiência em suas instituições de ensino. A seguir, reunimos algumas dúvidas e conversamos com especialistas. Veja as respostas:
Quem é responsável pelas adaptações de atividades e avaliações?
Marta Gil é coordenadora do Amankay Instituto de Estudos e Pesquisas e do projeto "Práticas e Desafios da Educação Inclusiva" e explica que qualquer professor da escola pode identificar uma necessidade especial e aplicar uma ideia que esteja de acordo com as normas vigentes. “Mas já existem os professores especializados que atuam nas Salas de Recursos Multifuncionais, lugar construído para atender às necessidades especiais, e eles podem discutir junto com todo o corpo docente sobre as adaptações para cada aluno”, diz. A lei diz que esse espaço deve ser usado no contraturno de aulas: se um aluno que necessita desses recursos estuda de manhã, ele deve utilizá-los na parte da tarde, por exemplo. “Em conjunto com o professor especializado, é feito um planejamento sobre quantas vezes esse aluno frequentará a sala. É sempre recomendável que os professores e gestores conversem”, defende Marta Gil.
Todos os alunos que possuem um transtorno ou deficiência têm direito a realizar atividades ou avaliações adaptadas? 
A Convenção Internacional da Pessoa com Deficiência determina que pessoas que possuem deficiência ou transtorno têm direito ao acesso à Educação, o que também contempla o direito de aprender. “Assim, se for necessário adaptações para isso, elas são garantidas por lei, uma vez que as definições dessa convenção têm status de emenda constitucional no Brasil”, explica Renata Flores, defensora pública do Estado de São Paulo e Coordenadora do Núcleo Especializado dos Direitos do Idoso e da Pessoa com Deficiência. Os impedimentos que alunos com deficiência possuem são definidos também pelas barreiras que eles encontram nas escolas e que acabam por impossibilitar a participação em igualdade. “Um aluno com paraplegia nas pernas, que precisa de cadeira de roda, tem que poder ter acesso à sala de aula que fica no segundo andar. A escada, nesse caso, se configura como uma barreira”, afirma. Renata explica que deficiente é o meio e não a pessoa, uma vez que a deficiência deixa de ter impacto se a barreira for eliminada.
É permitido alterar a permanência no ambiente escolar e o currículo do aluno com deficiência?
O Ministério da Educação (MEC) recomenda que, na medida do possível, se mantenha o mesmo currículo aplicado a todos os alunos, mas com adaptações e adequações necessárias. “Nas provas, deve-se respeitar as características dos alunos, como maior tempo para fazê-las ou a utilização de computador com recursos de acessibilidade”, diz a coordenadora do Amankay Instituto de Estudos e Pesquisas. Marta também exemplifica que a aplicação de portfólios pode ser interessante para alguns alunos com deficiência. “Eles dão um retorno sobre o processo do desenvolvimento desse estudante inclusive para a família, para além do certo e errado. É uma avaliação qualitativa, entendendo como foi construído o raciocínio, comparando o antes e o agora”, ressalta.
Existem casos específicos que precisam ser encaminhados à Secretaria da Educação? Em quais situações?
Sempre que o professor identificar que não estão disponíveis os apoios necessários para todos os alunos, a escola deve solicitá-los à Secretaria de Educação. “É o caso da instalação da Sala de Recursos Multifuncionais, que demorava mais no passado e hoje está ficando mais simples, pelo menos em São Paulo”, afirma a coordenadora do Núcleo Especializado dos Direitos do Idoso e da Pessoa com Deficiência. Diálogo, portanto, é fundamental. Renata afirma ainda que existe verba federal para esses serviços, mas a falta deles ainda é a principal reclamação feita por gestores de escolas. “Fazer o plano de Atendimento Educacional Especializado (AEE) é o primeiro passo e, depois, pensar em uma pedagogia individualizada, que abrange as competências necessárias do currículo e possibilita saber quem é esse aluno’, afirma  Renata, mostrando que somente por meio desse caminho pode se identificar a necessidade de maiores adaptações e recursos.
Quais alunos com deficiência possuem direito a um acompanhamento integral no ambiente escolar?
“Existe a lei que permite um acompanhante para o aluno com autismo, por exemplo, mas é preciso comprovar a necessidade. O MEC não fala como, além da lei não definir qual a formação desse acompanhante”, afirma Renata. Diante desse cenário, a defensora pública relembra a importância das avaliações internas da escola para concluir a exigência desse acompanhante. “Como saber se o aluno realmente precisa dele? Somente através de avaliações feitas com o aluno”, pontua. A defensora também enfatiza a existência do profissional de apoio escolar, que se assemelha mais a um cuidador desses alunos, atentando para as necessidades com a locomoção e higiene.
É permitido aos pais pagarem por acompanhamento em tempo integral para os seus filhos no ambiente escolar, independente da deficiência?
A defensora pública ressalta que as escolas não podem cobrar nada por essa necessidade, inclusive as particulares. “O STF decidiu que é obrigação da escola incluir os acompanhantes quando necessário”, enfatizando que, às vezes, os gestores acham que são necessárias grandes adaptações mas, dependendo das avaliações das condições do aluno, não são. “O olhar para a diversidade é sempre preciso, inclusive para se pensar o orçamento da escola”, conclui.
Existe uma lei que orienta a conduta do professor no momento da avaliação sobre a condição e característica do aluno com deficiência?
O professor de AEE é especialista em tudo que envolve alunos com deficiência. Se o profissional tem uma boa formação, é o melhor dos mundos, mas o contrário também é verdadeiro. “Os professores não saem do curso de Pedagogia com todas as informações sobre Educação Inclusiva, então a formação não garante a adaptação”, ressalta Renata. A defensora pública lembra que existem algumas orientações do MEC sobre como lecionar para esse alunos, mas não são realmente suficientes. “Não existe nenhum sistema de ensino de comunicação alternativa e bibliografia oferecida para os professores”, afirma. Assim, Renata diz que a formação continuada e à distância, muitas vezes, é a saída encontrada por algumas redes de ensino para a formação dos profissionais. “Estamos em um momento de transição, nem a carteira das escolas é acessível para todos”, diz. “Os professores precisam buscar essas informações no dia a dia da escola”.
Alunos com TDAH e dislexia podem fazer prova oralmente?  
O Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) era sinônimo de incapacidade nas escolas do passado, mas isso acontecia porque não se via a possibilidade de mudar as formas de aplicação dos processos educacionais. “Se para um aluno com TDAH for penoso fazer uma prova escrita, por que não fazer essa adaptação? De novo, é preciso avaliar essas condições”, afirma a coordenadora do Amankay, demonstrando que o tratamento “desigual” é para igualar as oportunidades e acessos, não para privilegiar ninguém. “É fazer a mesma prova de uma forma diferente, não são conteúdos diferentes”, enfatiza Marta.
Quais deficiências exigem consulta durante os trabalhos avaliativos, como livros e calculadora? 
Renata ressalta que esses recursos não são delimitados por deficiência e sim por adequação ao conteúdo proposto e à necessidade de cada aluno. “Vai depender de cada caso, é isso que os professores precisam saber”, pontua a defensora pública. Segundo ela, não existem regras padronizadas para todos os alunos com deficiência. Marta também lembra que o site Diversa, do Instituto Rodrigo Mendes reúne várias questões a respeito da Educação Inclusiva em fóruns, alimentados constantemente por pais e professores do Brasil, e respondido por especialistas do tema. “As especificidades de cada condição são muito pautadas lá”, diz.
A Escola pode solicitar aos pais materiais para serem utilizados na Sala de Recursos Multifuncionais para as atividades do seu filho?
“O princípio básico é que é dever e função da escola tratar com igualdade alunos com e sem deficiência”, afirma a coordenadora do Amankay Instituto de Estudos e Pesquisas. Com isso, as instituições de ensino não podem exigir que os pais paguem o profissional de apoio. Inclusive há uma resolução da Justiça que determina essa questão, de acordo com Marta.
Como preparar um currículo de um aluno com deficiência matriculado no Ensino Médio, mas ainda no processo de alfabetização?
A coordenadora do Amankay afirma que pode ser um erro deixar que alunos não alfabetizados cheguem ao Ensino Médio, sejam pessoas com deficiência ou não. “É muito complicado a aprovação nesses casos, o diploma pode não ter sentido”, enfatiza. Como muitos professores e gestores não recebem a formação adequada para lecionar para esses alunos, pode acontecer essa distorção e é preciso se atentar a essas situações, diz Marta.
Em um turma de classe regular, quantos laudos são necessários para se ter o apoio de um auxiliar para a turma? 
Cada município e estado faz isso de forma diferente. Em São Paulo, a determinação é seguir o perfil de apenas um aluno com deficiência, se for necessário, afirma Renata. A defensora pública também ressalta que em outros lugares, a demanda fica restrita ao auxílio na locomoção e alimentação de mais de um estudante. “Outras redes preferem o apoio maior na parte pedagógica”, pontua, mostrando que sobre essa questão ainda não há uma norma padronizadora para todo o país.

TRADICIONAL MEDICINA CHINESA



As ervas da Tradicional Medicina Chinesa – TCM

Na Medicina Tradicional Chinesa (que vou escrever como TCM, para facilitar), há cerca de 13.000 produtos medicinais. A base da TCM são os elementos de extratos de plantas, que são utilizados em medicamentos. No manual clássico de drogas tradicionais a partir de 1941, 517 medicamentos foram listados – 442 eram partes de plantas, 45 eram partes de animais, e 30 eram minerais.
A fitoterapia, usada na TCM, chamou atenção nos Estados Unidos na década de 1970. Há cerca de 50 faculdades de medicina chinesa nos Estados Unidos. E cada vez está mais popular no mundo ocidental. O Japão, a Coréia e o Vietnã também possuem sua medicina tradicional baseada em ervas, que foram completamente inspiradas na TCM.
foto by pixabay.com
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No Brasil a TCM ou TMC, também tem seus adeptos e as clinicas especializadas estão se expandindo. Além das ervas, existem as técnicas que compõe os tratamentos (que vou falar no próximo artigo). Aqui, já ouvi de alguns chineses, que as clinicas de TCM são para estrangeiros, que somos nós que acreditamos nisso. Mas o interessante, é que a cultura da medicina chinesa está tão incorporada nos hábitos cotidianos da vida deles, que acho que muitos nem percebem que praticam isso diariamente, seja pela alimentação (não bebem nada gelado, tem alimentos para verão e inverno e por aí vai), como nas práticas de exercícios (que incluem andar de costas, andar dando tapinhas nas articulações e músculos…). Tudo isso é fundamentado na TCM e se tornaram hábitos que passam de pai para filho há milênios.
Deixando claro, que sou somente uma curiosa, que gosto de ler e dividir com vocês o que acho interessante, vou falar das ervas que são bem conhecidas aqui na China, mais simples de encontrar e reconhecer e podem nos ajudar no dia-a-dia.
Mas como sempre, é bom consultar um especialista, já que muitos dos medicamentos da TCM são misturas de várias ervas, e isso somente um profissional poderá fazer.
Algumas ervas básicas da TCM
Ren Shen  – 人參 – Ginseng
É a substância usada para o mais amplo conjunto de curas. Bastante comum aqui, usada não só como medicamento, mas também na culinária exótica. Suas propriedades são indicadas para febres, tosses, articulações doloridas. Pessoas com câncer, diabetes, problemas cardiovasculares e depressão também podem se beneficiar dessa raiz. É uma raiz cara, mesmo aqui na China, e em muitos casos, vem embalada em caixas super luxuosas. Tem um artigo sobre esses ‘presentes’ 
ginseng
Gǒuqǐ – 枸杞  –  Goji Berries –
Ficou super famosa no mundo ocidental há cerca de 3 anos. Pode ser colocada nos chás, sopas e iogurtes. É usada para problemas no sistema imunológico e fortalecer os rins e fígado. Também é conhecido pelas suas propriedades que são ótimas para a pele e anti-envelhecimento, além de eliminar a gordura do fígado. Há quem diga que pode aumentar a libido masculina, mas não há provas concretas disso.
foto by pixabay.com
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Dangshen – 党参 – (só encontrei o nome em inglês – Codonopsis Root)
Essa raíz pode ser colocada na água quente, sopas e legumes refogados. É usada para prevenir uma série de problemas, entre eles os de circulação, digestivos e disfunções menstruais. Também favorece o sistema imunológico e promove a energia no corpo.
Dashen
Huanghua – 黄花 – flor amarela (literalmente).
Essa erva pode ajudar no funcionamento do fígado e a pele. É particularmente indicada para mulheres. Segundo especialistas da TCM é uma ótima indicação pós parto, para renovar as energias. Tomar na forma de chá, diariamente.
Lian Zi – 蓮子 – Sementes de lótus
Possui um sabor doce e propriedades neutras. É usada para tratar o coração, rim e baço. Também é conhecida pelos benefícios para a pele.  Come-se a semente como nozes.
Fuling  – 茯苓
Um tipo de cogumelo, ajuda na memória e a reduzir ansiedade, além de ter efeito anti-bacteriano, o que pode melhorar o sistema digestivo e os níveis de açúcar no sangue. É muito consumido em Beijing como aperitivo!
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Danggui – 当归
Adicionar esta raíz na água quente, como chá. Combater a azia, insônia ou falta de apetite.
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Rou Gui – 肉 桂 – canela em pau
Super conhecida na nossa cultura como condimento para doces. Tem um sabor acre e  doce, Na TCM é considerada muito quente. É usada como tónico para o estômago, para promover a transpiração, dor de cabeça, anemia, e como diurético. Também indicada para catarro, diarréia, espasmos musculares, dor de cabeça, dor nas costas, suores, irritação, fortalecimento dos músculos e ossos. Ou seja, quase tudo!
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Bom, isso é somente um exemplo do que a medicina chinesa pode nos trazer com ingredientes simples que são colocados em chás e sopas!
A lista de ‘medicamentos’ é imensa. E quem tiver curiosidade, pode consultar esses sites que achei bem interessante, mas estão em inglês:

quinta-feira, 16 de agosto de 2018

O EGOÍSMO HUMANO



O EGOÍSMO HUMANO É INTRINSECAMENTE NATURAL OU É UM EFEITO CULTURAL E DA EDUCAÇÃO???


Novas pesquisas sugerem: nossa espécie é majoritariamente colaborativa, altruísta e solidária. Ideia da ganância coletiva pode ser projeção ideológica dos que concentram poder e capital.
 Você se debate contra os sinais de indiferença e egoísmo humanos? Sente-se oprimido pela sensação de que se preocupa com o mundo, ao contrário de muitos outros? Julga que a indiferença de pessoas iguais a você está esvaziando o que resta da civilização e da vida na Terra? Se assim é, você não está sozinho. Mas também não está certo.

Um Estudo da Fundação Causa Comum, a ser publicado em novembro, revela duas descobertas transformadoras. A primeira é que a grande maioria das 1000 pessoas pesquisadas – 74% – identificam-se mais fortemente com valores altruístas do que com valores egoístas. Significa que estão mais interessadas em gentileza, honestidade, perdão e justiça do que em dinheiro, fama, status e poder. A segunda é que uma maioria semelhante – 78% – acredita que os outros são mais egoístas do que realmente são. Ou seja, cometemos um terrível erro sobre o comportamento das outras pessoas.

A revelação de que a característica humana dominante é, digamos, a humanidade, não é surpresa para quem acompanhou o recente desenvolvimento das ciências sociais e do comportamento. As pessoas, sugerem essas descobertas, são basica e intrinsecamente boa gente.

Um artigo de revisão  no jornal Fronteiras em Psicologia (Frontiers in Psychology) afirma que nosso comportamento em relação a membros de nossa espécie que não são nossos parentes é “espetacularmente incomum, comparado ao de outros animais”. Enquanto chimpanzés aceitam partilhar comida com membros do seu próprio grupo, embora geralmente só depois de importunados por pedidos agressivos, com estranhos eles tendem a reagir violentamente. Chimpanzés, observam os autores, comportam-se mais como o Homo economicus da mitologia neoliberal do que as pessoas.

Humanos, ao contrário, são ultrassociais. Possuem elevada capacidade de empatia, sensibilidade sem paralelos para as necessidades do outro, um nível incomparável de preocupação com o bem-estar deste e capacidade de criar normas morais que generalizam e fazem valer essas tendências.

Esses traços emergem tão cedo em nossas vidas que parecem inatos. Ou seja, parece que evoluímos para nos tornar assim. Por volta dos 14 meses, as crianças começam a ajudar umas às outras — por exemplo pegando coisas para aquelas que não as conseguem alcançar. Quando chegam aos dois anos, passam a compartilhar objetos que valorizam. Aos três, começam a protestar contra a violação das normas morais por outras pessoas.

Um texto fascinante do jornal Infância (Infancy) revela que isso não tem nada a ver com recompensa. Crianças de três a cinco anos mostram-se menos propensas a ajudar alguém pela segunda vez se foram recompensadas ao fazê-lo na primeira. Ou seja, recompensas externas parecem minar o desejo intrínseco de ajudar. (Pais, economistas e governos, anotem, por favor.) O estudo descobriu também que crianças dessa idade são mais inclinadas a ajudar pessoas que percebem estar sofrendo, e desejam ver tal pessoa amparada, seja ou não por elas próprias. Isso sugere que são motivadas por um interesse genuíno no bem-estar da outra pessoa, ao invés do desejo de posar de benevolentes.
Por que razão? Como a árdua lógica da evolução produziria tais resultados? A questão é objeto de debates acalorados. Uma escola de pensamento defende que altruísmo é a resposta lógica à vida em pequenos grupos de parentes próximos, e a evolução, distraída, não foi capaz de perceber que agora vivemos em grandes grupos, a maioria composta por estrangeiros. Uma outra argumenta que grandes grupos, com grande número de altruístas, irão superar grandes grupos com grande número de egoístas. Uma terceira hipótese insiste em que a tendência à colaboração melhora a  sobrevivência de cada um, independentemente do grupo em que se encontre. Qualquer que seja o mecanismo, o resultado é motivo para celebrar.

Se é assim, por que conservamos uma visão tão sombria da natureza humana? Em parte, talvez, por razões históricas. Filósofos, de Hobbes a Rousseau, Malthus a Schopenhauer, cujo entendimento da evolução humana limitava-se ao Livro de Gênesis, produziram relatos persuasivos, influentes e catastroficamente equivocados sobre o “estado de natureza” (nossas características inatas, ancestrais). Suas especulações sobre esse assunto deveriam há muito ter sido colocadas numa prateleira alta, etiquetada de “curiosidades históricas”. Mas de alguma forma elas ainda parecem exercer controle sobre nossas mentes.

Outro problema é que – quase por definição – muitos daqueles que dominam a vida pública têm fixação incomum em fama, dinheiro e poder. Seu extremo autocentrante faz deles uma pequena minoria. Mas, como estão em todo lugar, achamos que são representativos da humanidade.

A mídia idolatra riqueza e poder, e às vezes lança ataques furiosos contra pessoas que se comportam altruisticamente. Vale atentar para o espaço dado, nos jornais e TVs, a pessoas que falam e escrevem como se fossem psicopatas.

As consequências desse pessimismo indevido sobre a natureza humana são notáveis. Como revelam as entrevistas e a pesquisa da Common Cause Foundation, os que têm visão mais sombria da humanidade são os que tendem a votar menos. Por que razão o fariam, raciocinam, se todos os outros votam apenas segundo seus próprios interesses egoístas? De modo interessante, e que pode alarmar pessoas da minha sensibilidade política, também descobriram que as pessoas de ideias libertárias tendem a ter uma visão das outras pessoas mais sombria que a dos conservadores. Você quer que a transformação social avance? Se assim é, espalhe a notícia de que as pessoas, em sua grande maioria, são bem-intencionadas.

A misantropia abre campo para a minoria gananciosa, alucinada pelo poder, que tende a dominar nossos sistemas políticos. Se soubéssemos quanto são anormais, estaríamos mais inclinados a rejeitá-los e buscar líderes melhores. Isso contribui para o perigo real que enfrentamos: não um egoísmo generalizado, mas uma passividade generalizada. Bilhões de pessoas decentes balançam suas cabeças enquanto o mundo pega fogo, imobilizadas pela convicção de que ninguém mais quer saber de nada.

Você não está só. O mundo está com você, ainda que não tenha encontrado sua voz.