15Mai 12
Se foi o tempo em que o comportamento dos alunos nas escolas era baseado no respeito aos professores, na boa educação gerada na família, na vivência estudantil solidária, entre os mais capacitados e aqueles que apresentam dificuldades.
Por outro lado as escolas entraram na onda de competição que assola os mercados e priorizam a atenção aqueles que tem mais facilidade e que não exigem tanto dos professores. Assim tudo fica mais fácil, porque os professores também estão na competição da vida e muito poucos se sensibilizam com as dificuldades que os alunos apresentam.
No passado o professor ou professora era o detentor do conhecimento e tinha a missão de ensinar, mas também sabia que sua missão era muito mais do que simplesmente repassar conteúdos. Ele ouvia os alunos e reservava um horário para conversar reservadamente com eles, mostrando os pontos em que eles precisam melhorar, sempre com muita atenção, disciplina e afeto.
Nos dias de hoje, ninguém mais tem tempo. A pressa, a correria, a impaciência dominam, porque também os professores sofrem as conseqüências deste mundo alucinado em que vivemos. Ninguém tem tempo para parar e tentar ajudar um aluno que esteja com problemas. Cada um que se vire como puder. Se não entendeu a aula que estude com professores particulares ou sozinho como se todos tivessem que ser gênios.
Esquecem que cada indivíduo tem o seu tempo e suas dificuldades. Isto precisa ser compreendido. Os pais querem que seus filhos tenham boa formação e que sejam saudáveis e felizes. A pressão vem de todos os lados. A conseqüência de tanta pressão é uma reação dos jovens, que por natureza estão na fase da rebeldia, apresentando comportamentos que não são aceitáveis.
Muitas escolas e professores trabalham com o objetivo de fazer passar no vestibular. Com isto os jovens não tem tempo para viver e desfrutar a sua juventude, porque precisam provar que são os melhores para ingressar na faculdade. Muitos se perdem neste caminho, causando sofrimento aos pais e a eles próprios , pois passam a se sentir incapazes.A pergunta que precisa de resposta é a seguinte:
O que querem os jovens?
A resposta é simples. Os jovens querem estudar mas querem viver, querem ser aceitos, amados e compreendidos e felizes. Querem viver dentro de suas potencialidades, vencendo suas dificuldades com o auxilio , dos pais, dos professores e das escolas. Poucos querem ser gênios. Isto precisa ser respeitado para não despertar neles desânimo, impotência e revolta, alterando seus comportamentos na vida e principalmente nas escolas.
Os pais, por sua vez, querem ver seus filhos felizes e realizados na vida, com boa formação que lhes possibilite enfrentar os desafios do futuro, mas sabem que vencer nos estudos e no trabalho não é garantia de paz interior, de motivação para realizar atividades e principalmente alegria de viver.
Infelizmente o que estamos vendo são muitas pessoas e jovens infelizes, porque não tem tempo para viver plenamente. Muitas escolas sobrecarregam os alunos com trabalhos e temas, ocupando praticamente todo o tempo deles. Esquecem que é preciso ter outras atividades, como esportes, lazer e tempo livre para sentir o prazer que a juventude proporciona. Até mesmo uma visita ao médico pode atrapalhar uma tarde em função do tempo que leva um atendimento.
Tudo isso gera estresse, porque se não fizer um tema os pais recebem comunicado da escola alertando de que não estão acompanhando seus filhos.Os pais sobrecarregados com tantos compromissos reclamam e cobram, muitas vezes com pouca paciência, gerando conflitos e intranqüilidade familiar.
Com isto os consultórios médicos e psicológicos estão repletos de pais e alunos querendo encontrar uma caminho mais harmonioso para conquistar o que desejam. Para isso precisam, também, de mais tranqüilidade e compreensão.
Refletir sobre isso é a palavra de ordem. Parece que ninguém está bem. De um lado as escolas buscando mostrar a sua eficácia. Do outro professores que precisam ser valorizados e compreendidos para também poderem compreender melhor os alunos. E finalmente muitos pais angustiados por não encontrarem nas escolas e nos professores a compreensão necessária para entenderem os limites de seus filhos.
Todos precisam rever suas posições e acreditar no entendimento e no amor.
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