A Língua Portuguesa é complexa,
isso é inegável. São muitas regras (e exceções) para decorar, muitos tempos
verbais para conjugar e assim por diante.
Mas alguns erros são gravíssimos
e assustam por demonstrarem total desconhecimento do idioma (algo que usamos
“apenas” todos os dias).
Selecionamos o Top 10 de erros
gramaticais mais comuns. Eles estão nas redes
sociais e, pasmem, em ambientes corporativos e acadêmicos
também.
Confira cada um e preste atenção
para não prejudicar sua reputação cometendo esses deslizes, seja na vida
pessoal ou profissional.
Afinal, a qualidade do texto diz
muito sobre a cultura geral de uma pessoa.
1. Mais ou Mas
Mais ou mas é uma dúvida bem comum e que
muitas pessoas insistem em errar na hora de escrever certo.
Errado: Quero acordar cedo, mais durmo tarde todos os
dias.
Correto: Quero acordar cedo, mas durmo tarde todos os
dias.
Explicação: Mas, sem i, é uma palavra usada
principalmente como conjunção adversativa e possui o mesmo valor que, porém,
contudo e, todavia. Transmite uma ideia de oposição ou limitação, como no
exemplo acima.
Mais, com i, é uma palavra usada
principalmente como advérbio de intensidade, transmitindo uma noção de
quantidade ou intensidade maiores, ou como conjunção aditiva, transmitindo uma
noção de adição e acréscimo. Tem sentido oposto a menos.
Exemplos: Aquele vinho é o mais caro do mercado / Cinco
mais três são oito.
2. Porquês, Porque ou Por que
Porque ou por que. Junto ou
separado? Veja a resposta correta abaixo.
Errado: Não a encontrei ontem por
que fui malhar em horário diferente.
Correto: Não a encontrei ontem
porque fui malhar em horário diferente.
Explicação: Porque, junto e sem acento,
é uma conjunção e serve para ligar duas ideias, duas orações. É usado quando a
segunda parte apresenta uma explicação ou causa em relação à primeira.
Já a forma por que, separado e
sem acento, é um advérbio interrogativo de causa e é usada quando pedimos por
uma causa ou motivo, não necessariamente em uma frase que termine com ponto de
interrogação.
Dica: Se tiver dúvida, substitua
o porquê da frase por “para que”, “pelo qual”, “pela qual”, “pelos quais”,
“pelas quais” ou inclua a palavra “razão” logo depois.
Exemplo: Este é o caminho por que
(pelo qual) passamos. / Não sei por que (razão) ele desistiu de tudo.
Porquê ou Por quê
Porque ou por que. E agora com o
acento? É junto ou separado? Veja a resposta correta abaixo.
Errado: Ela se demitiu, não sei
porquê.
Correto: Ela se demitiu, não sei por
quê. / Ela se demitiu, não sei o porquê.
Explicação: Porquê, junto e com acento,
substitui as palavras razão, causa ou motivo. É um substantivo e, como tal, tem
plural e pode vir acompanhado por artigos, pronomes e adjetivos. A palavra
geralmente é antecedida de artigo “o” ou “um”.
Use a expressão por quê, separado
e com acento, quando ela estiver no fim da frase, seja pergunta ou não.
Exemplos: Não aprovaram a proposta e
não sabemos por quê. / Não temos o resultado da concorrência. Por quê?
3. Agente ou A gente
Agente ou a gente? O serviço
secreto não é o mesmo que nós.
Errado: Agente vai almoçar no
restaurante da esquina hoje.
Correto: A gente vai almoçar no
restaurante da esquina hoje.
Explicação: A gente é uma locução que
equivale à palavra nós e deve ser conjugada na terceira pessoa do singular,
como na frase acima.
Agente é um substantivo comum e
se refere à profissão de alguém. É aquele que age, que exerce alguma ação.
Exemplo: James Bond é o agente
secreto fictício do serviço de espionagem britânico. /Concurso oferece vagas
para agente da polícia federal.
4. Voçê ou Você
Voçê ou você? A diferença é
pequena, mas o erro é grande.
Errado: Voçê foi ótimo hoje!
Correto: Você foi ótimo hoje!
Explicação: O uso da cedilha pode
causar confusão por ser foneticamente igual ao C, porém, existe uma regra
primordial que pode amenizar essa confusão: não se usa cedilha antes das vogais
I e E.
5. Para mim ou Para eu
Para mim ou para eu? Veja quando
usar o “mim”, o pronome pessoal oblíquo tônico.
Errado: Veja se tem algum erro para
mim corrigir.
Correto: Veja se tem algum erro para
eu corrigir.
Explicação: Eu é um pronome pessoal
reto, devendo ser utilizado quando assume a função de sujeito. Assim, para eu
deve ser usado sempre que se referir ao sujeito da frase e for seguido de um
verbo no infinitivo que indique uma ação.
Mim é um pronome pessoal oblíquo
tônico, sendo utilizado quando assume a função de objeto indireto, devendo
estar sempre precedido por uma preposição. Dessa forma, para mim deve ser usado
quando for complemento de um verbo transitivo indireto.
Exemplo: Você trouxe a roupa para
mim? / Pensei que esse embrulho tivesse chegado para mim.
6. Menos ou Menas
Menos ou menas? Esse é um
dos erros ortográficos e gramatical mais bizarro nessa lista.
Errado: Hoje fiquei menas cansada
que ontem.
Correto: Hoje fiquei menos cansada
que ontem.
Explicação: Menas é uma palavra que não
existe na língua portuguesa. A única forma correta de escrita é menos, e em
geral se opõe a mais.
Sempre que nos referirmos a algo
ou alguém em menor número, menor quantidade, ou em uma posição inferior,
devemos utilizar a palavra menos. É correto dizer: menos vezes, menos vestidos,
menos cerveja, menos calorias, a menos.
7. Meio ou Meia
Meio ou meia? Cuidado para não
perder suas meias nessa dúvida…
Errado: Ela ficou meia chateada
depois da conversa.
Correto: Ela ficou meio chateada
depois da conversa.
Explicação: Meio pode ser advérbio de
intensidade e numeral fracionário e é aí que surge a confusão. Como advérbio,
tem sentido de “um pouco” e se apresenta vinculado a um adjetivo, não varia:
meio cansada, meio distraído, meio metida, meio maluco.
Como numeral, virá vinculado a um
substantivo e concorda com o gênero (feminino e masculino): meio litro, meia
xícara, meio pote, meia hora.
8. A fim ou Afim
A fim ou afim? Veja a resposta
correta abaixo.
Errado: Ele está muito afim da
minha prima.
Correto: Ele está muito a fim da
minha prima.
Explicação: As locuções a fim de e a
fim de que exprimem ideia de finalidade e podem ser substituídas por para e
para que, respectivamente.
Exemplos: Fez de tudo a fim de (para)
nos convencer da sua inocência. / Os pais economizaram durante anos a fim de
(para que) que o filho estudasse no exterior.
Ainda se usa a locução a fim de
no sentido de “com a intenção de”, “com vontade de”.
Exemplo: Não estava a fim de
conhecer pessoas naquele dia. (não tinha vontade de conhecer, não tinha
intenção de conhecer)
Na linguagem informal, “estar a
fim de alguém” é ter interesse afetivo pela pessoa, como no primeiro exemplo.
O adjetivo afim é empregado para
indicar que uma coisa ou pessoa tem afinidade com a outra. Na maior parte das
vezes, o adjetivo aparece no plural. Exemplo: Os dois tinham ideias afins
(parecidas).
9. Nada a ver ou Nada haver
Nada a ver ou nada haver? Qual
pode causar um erro gramatical?
Errado: Esse tipo de música não tem
nada haver comigo.
Correto: Esse tipo de música não tem
nada a ver comigo.
Explicação: O verbo haver está
frequentemente associado a existir, por isso, é comum que algumas pessoas achem
que uma coisa não coexiste com outra e utilizam nada haver.
Nada a ver é a forma correta de
escrita desta expressão e é a forma negativa da expressão ter a ver. Sinônimos:
não ter relação com, não corresponder, não dizer respeito a.
Obs.: Existe a expressão não ter
nada a haver. Embora pouco usada, significa não ter nada a receber, nada a
reaver, referindo-se ao ato de não ter quantias monetárias para serem
recebidas.
Exemplo: Já não tenho nada a haver
de meus clientes.
10. Senão ou Se não
Senão ou se não? Junto ou separado?
Ambos podem estar corretos?
Errado: Senão estudar, não irá
tirar boas notas.
Correto: Se não estudar, não irá
tirar boas notas.
Explicação: Para dar a ideia de caso
não estude, como no exemplo acima, o certo é utilizar a forma separada. Perceba
que é possível encaixar um pronome reto (sujeito) entre o se e o não: Se ele
não, não irá tirar boas notas. Faça o mesmo quando tiver dúvida.
Senão, em uma só palavra, tem
vários significados: de outra forma, mais do que, do contrário, aliás, a não
ser, menos, com exceção de, mas, mas sim, mas também, defeito, erro, de
repente, subitamente.
Exemplos: Devemos estudar, senão (do
contrário) não iremos passar de ano. / Não lhe resta alternativa senão (a não
ser) procurar por um médico.
EXTRA: Separar sujeito e predicado!
Errado: O resultado do jogo, não o
abateu.
Correto: O resultado do jogo não o
abateu.
Explicação: O sujeito da frase –
substantivo que pode ser substituído por um pronome pessoal reto (eu, tu, ele,
nós…) – não pode ser separado do verbo por vírgula.
Exceção: Quando o sujeito é
oracional, permite-se o uso de vírgula. Exemplo: Quem ama cuida. /Quem sabe
ensina.
ERROS DE ORTOGRAFIA: ADJETIVOS E ADVÉRBIOS – PEQUENAS REGRAS PARA EVITAR
GRANDES CONFUSÕES
Muitas pessoas têm dúvida em
relação ao uso dos adjetivos e advérbios, já que ambas as classes gramaticais
atribuem características às palavras com as quais estão relacionadas.
A dúvida é ainda mais acentuada
em se tratando de advérbios de modo.
Mas existe uma diferença
fundamental: o adjetivo flexiona, ou seja, pode variar em gênero, número e
grau; enquanto o advérbio se apresenta como uma classe invariável.
Isso porque os adjetivos se
relacionam com os substantivos, e os advérbios, com os verbos.
11. Mal ou Mau
Mal ou mau? Você sabe o termo que
expressa o contrário (oposto) de ambos?
Errado: Ele estava de mal humor porque todos a volta
estavam mau-humorados.
Correto: Ele estava de mau humor porque todos a volta
estavam mal-humorados.
Explicação: Mal opõe-se a bem e mau, a
bom. Assim, o contrário de bom humor é mau humor e de mal-humorado é
bem-humorado.
Igualmente: mau cheiro,
mal-intencionado, mau jeito, mal-estar.
12. Em anexo ou anexo
Em anexo ou anexo? Acabe com essa
dúvida de português ao escrever aquele e-mail importante para seu chefe.
Errado: Segue anexo a foto do
evento.
Correto: Segue anexa a foto do
evento. Segue em anexo a foto do evento.
Explicação: Anexo é adjetivo e deve
concordar com o substantivo a que se refere, em gênero e número. A expressão em
anexo é invariável.
Alguns estudiosos condenam o uso
da expressão “em anexo”, sendo assim, dê preferência à forma sem preposição.
13. Onde ou Aonde
Onde ou Aonde? Veja a dica para
saber quando usar cada um.
Errado: Não sei aonde fica o prédio
da reitoria.
Correto: Não sei onde fica o prédio
da reitoria.
Explicação: Ambos são advérbios usados
para indicar lugar, porém a preposição a de aonde indica que essa palavra deve
ser usada somente quando estiver relacionada a verbos que pedem tal preposição
e a orações que sugerem movimento, como:
“Aonde você vai? ” – Pois quem
vai sempre irá a algum lugar – e “Aonde ele pode me levar? ”, já que quem leva
tem de levar alguém ou algo a um lugar.
Onde é usado em situações nas
quais a ideia de movimento não está presente.
Exemplo: “A cidade onde você mora é
perigosa” e “Não conheço a cidade onde meu avô morreu”.
Dica: Para ter certeza de que
empregou corretamente, substitua aonde pôr para onde: “Para onde você vai? ”.
Se não for possível fazer a troca, opte por onde.
14. Através de ou por meio de
Através de ou por meio de?
Errado: Fui comunicada através de
um telefonema que o contrato foi cancelado.
Correto: Fui comunicada por meio de
um telefonema que o contrato foi cancelado.
Explicação: Para alguns gramáticos,
através se refere ao que atravessa. Prefira “por (meio) ” ou “pelo”.
15. Desapercebidos ou
despercebidos
Desapercebidos ou despercebidos?
Errado: Os erros passaram
desapercebidos pelos revisores.
Correto: Os erros passaram
despercebidos pelos revisores.
Explicação: Desapercebido significa desprovido de
desprevenido.
Exemplo: Aquela senhora me pegou
desapercebida e eu não soube dar a informação que ela precisava.
Já despercebido significa não
notado, não percebido, imperceptível.
Exemplo: O suspeito passou
despercebido pela equipe de segurança.
16. Bastante ou bastantes
Bastante ou bastantes? Acabe com
sua dúvida abaixo.
Errado: Eles viram o filme bastante
vezes.
Correto: Eles viram o filme
bastantes vezes.
Explicação: Bastante parece invariável,
mas há usos em que a flexão plural é obrigatória. Bastante vem do verbo bastar,
por isso, o sentido original nos remete a algo como suficiente.
Outro uso é como sinônimo de
muito. Ou seja, podemos definir as trocas: bastante = suficiente ou bastante =
muito.
Sendo assim, para saber se
bastante deve ser usado no plural ou singular, é preciso saber a classificação
dele na frase.
Quando é adjetivo, deve variar.
Exemplo: Já há provas bastantes para incriminá-lo (= provas suficientes).
Se for advérbio é invariável.
Exemplo: Compraram coisas bastante bonitas (= muito bonitas).
Bastante ainda pode ser pronome
indefinido e, nesse caso, é variável. Exemplo: Vimos bastantes coisas (= muitas
coisas).
Por último, se for substantivo,
não varia, mas pede artigo definido masculino: Os animais já comeram o bastante
(= o suficiente).
17. Iminente ou Eminente
Iminente ou eminente? Saiba como
escrever certo os dois termos.
Errado: O perigo de desabamento
daquele prédio antigo é eminente.
Correto: O perigo de desabamento
daquele prédio antigo é iminente.
Explicação: Eminente é um adjetivo que
significa alto, grande, elevado, saliente, pessoa importante, notável.
Exemplos: Era um eminente orador. A
montanha eminente surge na paisagem.
Dica: Associe com proeminente,
aquilo que se destaca.
Já iminente, embora também seja um adjetivo, indica algo que está prestes a acontecer. Exemplo: Devido à doença, sua morte é iminente.
Já iminente, embora também seja um adjetivo, indica algo que está prestes a acontecer. Exemplo: Devido à doença, sua morte é iminente.
18. Meio-dia e meio ou meio-dia e
meia
Meio-dia e meio ou meio-dia e
meia?
Errado: Entregarei o relatório ao
meio-dia e meio.
Correto: Entregarei o relatório ao
meio-dia e meia.
Explicação: O termo meio pode ter duas
funções: adjetivo e advérbio. Quando advérbio, meio quer dizer “um pouco” e é
invariável.
Quando adjetivo, meio quer dizer
“metade de” e é variável, ou seja, concorda com o termo a que se refere.
No caso do exemplo acima, refere-se
à hora, por isso, uma hora e meia, duas horas e meia, meio-dia e meia.
19. Obrigado ou Obrigada
Obrigado ou obrigada? Masculino
ou feminino?
Errado: “Obrigado”, disse a
senhora.
Correto: “Obrigada”, disse a
senhora.
Explicação: Como expressão de agradecimento,
a regra de concordância nominal diz que o adjetivo obrigado (a) deve concordar
com quem fala, ou seja, com o emissor.
Obrigado no masculino e obrigada
no feminino.
20. Em cima ou Encima
Em cima ou Encima? Escrever
errado essa pode te causar um constrangimento…
Errado: O pote estava encima da
geladeira.
Correto: O pote estava em cima da
geladeira.
Explicação: A palavra encima vem do
verbo “encimar” (pois é, existe um verbo com esse nome) conjugado na 3ª pessoa
do singular do indicativo ou na 2ª pessoa do singular do imperativo. Significa
alçar, elevar, arrematar.
Exemplos: O boné encima a cabeça do
rapaz. / O professor foi encimado presidente do grupo docente.
Em cima, escrito de forma
separada, transmite a ideia de que algo está em um lugar mais alto de que
outro, ou seja, numa posição mais elevada. O seu contrário vem a seguir.
21. Embaixo ou Em baixo
Embaixo ou em baixo? Junto ou
separado?
Errado: A caixa estava em baixo da
cama.
Correto: A caixa estava embaixo da
cama.
Explicação: Devemos utilizar o advérbio
embaixo sempre que quisermos transmitir uma ideia de posição de inferioridade:
abaixo, debaixo, inferiormente.
A expressão em baixo, escrita de
forma separada, existe, mas é usada apenas quando a palavra baixo assume a
função de um adjetivo, caracterizando algo.
Exemplos: Aquela é a maior escultura
do mundo em baixo relevo. / Ele pediu para falarmos em baixo tom de voz.
Dica: Para decorar a ortografia
das palavras em cima e embaixo, use seus dedos! Sim, faça um “V” com eles e se
lembre que “em cima” é separado, como seus dedos de cima estão, e “embaixo” é
junto, como seus dedos de baixo estão.
COMO ESCREVER MELHOR: CRASE – DESCOMPLICANDO O QUE TODOS OS PROFESSORES
DE PORTUGUÊS DA SUA VIDA COMPLICARAM
Sabemos que usar corretamente a
crase não é nada fácil. É preciso decorar e aprender regras e casos sobre
quando devemos empregá-la ou não.
De qualquer forma, uma coisa é
certa: na língua portuguesa, crase é o nome que se dá à junção de duas vogais
idênticas, isto é, a união da preposição “a” com o artigo feminino “a(s)”, com
o pronome demonstrativo “a(s)”, com o “a” inicial dos pronomes aquele(s),
aquela(s), aquilo ou com o “a” do relativo a qual (as quais).
Sendo assim, é fundamental
dominar a regência dos verbos e nomes que exigem a preposição “a”.
Aprender a usar a crase,
portanto, consiste em saber verificar a ocorrência simultânea de uma preposição
+ artigo ou pronome.
Veja a seguir os casos mais
passíveis de erro:
22. À prazo ou A prazo
À prazo ou a prazo?
Errado: Vamos vender à prazo.
Correto: Vamos vender a prazo.
Explicação: Nunca se usa crase antes de
palavra masculina!
23. À vista ou a vista
Essa dúvida só não é mais grave
do que avista ou a vista…
Errado: O pagamento foi feito a
vista.
Correto: O pagamento foi feito à
vista.
Explicação: Ocorre crase nas expressões
formadas por palavras femininas.
Exemplos: à noite, à tarde, à venda,
às escondidas, às pressas.
24. A partir de ou à partir de
A partir de ou à partir de?
Errado: À partir de novembro,
estarei de férias
Correto: A partir de novembro,
estarei de férias.
Explicação: Não se usa crase antes de
verbos.
25. A moda ou À moda
A moda ou à moda?
Errado: Serviram o bacalhau a moda
da casa.
Correto: Serviram o bacalhau à moda
da casa.
Explicação: Sempre ocorre crase nas
expressões à moda de e à maneira de, mesmo que a parte da expressão (moda de)
venha implícita.
Exemplo: Escreve à (moda de) Machado
de Assis.
26. Pode ou não ocorrer crase:
1. Antes de nomes próprios
femininos e antes de pronomes possessivos femininos a crase é facultativa
porque esses termos aceitam ou não o artigo antes de si.
Exemplos:
Falei à Natália. (preposição + artigo)
Falei à sua classe. (preposição + artigo)
Falei à sua classe. (preposição + artigo)
Falei a Natália. (preposição sem artigo)
Falei a sua classe. (preposição sem artigo)
Falei a sua classe. (preposição sem artigo)
2. Antes de nomes de cidades,
lugares, países. Exemplo: Vou à academia. / Cheguei a Curitiba.
Um bom truque para saber se usa
crase ou não é encaixar a palavra em questão na frase: “Vou a, volto da, crase
há! Vou a, volto de, crase pra quê? ”
Extra: Como verificar a existência
de um artigo feminino “a (s)” ou de um pronome demonstrativo “a(s) ” após uma
preposição “a”?
Dica 1: Coloque um termo masculino
no lugar do termo feminino que se está em dúvida. Se surgir a forma ao,
ocorrerá crase antes do termo feminino.
Exemplos:
Conheço o aluno. / Conheço a candidata.
Refiro-me ao candidato. / Refiro-me à aluna.
Refiro-me ao candidato. / Refiro-me à aluna.
Dica 2: Troque o termo regente que
acompanha a preposição a por outro acompanhado de uma preposição diferente
(para, em, de, por, sob, sobre).
Se essas preposições não se contraírem
com o artigo, ou seja, se não surgirem novas formas (na (s), da (s), pela
(s),…), não haverá crase.
Exemplos:
Penso na menina. (em+a)
Apaixonei-me pela menina. (por+a)
Apaixonei-me pela menina. (por+a)
Começou a brigar. / Cansou de
brigar. / Insiste em brigar. / Foi punido por brigar./ Optou por brigar.
Atenção: Lembre-se sempre de que não
basta provar a existência da preposição “a” ou do artigo “a”, é preciso provar
que existem os dois.
ERROS DE PORTUGUÊS: VERBOS – “HÁ” OU “A” QUANTO TEMPO VOCÊ TEM DÚVIDA
SOBRE ISSO?
O uso correto dos verbos pode
gerar muita confusão. Não só quanto à ortografia, mas especialmente em relação
à conjugação e à regência.
Sobre a conjugação, sabemos que
são muitos tempos verbais para memorizar, mas a principal dúvida, em geral, é
em relação à pessoa.
Para sanar essa dúvida, é
necessário prestar atenção ao sujeito da oração (a pessoa/objeto que comete a
ação), pois o verbo sempre se flexionará de acordo com ele.
A respeito da regência, um verbo
pode ser transitivo (direto, indireto e ambos ao mesmo tempo) e intransitivo.
Verbo transitivo é aquele que
exige um complemento para fazer sentido. Se for transitivo direto, é porque não
existe uma preposição que liga o verbo ao complemento.
Exemplo: Eu ouço música (quem ouve,
ouve alguma coisa).
Caso seja transitivo indireto, há
uma preposição (a, de, com, para…) entre o verbo e o complemento.
Exemplo: Aquelas crianças
obedecem aos pais (quem obedece, obedece a alguém).
O verbo ainda pode ser transitivo
direto e indireto, isto é, possui um objeto direto e um objeto indireto ao
mesmo tempo.
Exemplo: A revista dedicou a matéria
aos heróis da guerra. (nesse caso, quem dedica, dedica alguma coisa a alguém)
Verbo intransitivo é aquele que
não precisa de um complemento para ter sentido. Exemplos: sair, morrer, nascer,
dormir, acordar.
Esta é apenas uma sucinta
explicação. Para saber a regência correta dos verbos, é preciso muita leitura
(e boa memória).
Mas certamente existem erros mais
graves ligados aos verbos. Veja a seguir os mais comuns.
27. Há ou A
Há ou a?
Errado: Atuo no setor de vendas a
10 anos.
Correto: Atuo no setor de vendas há
10 anos.
Explicação: Para indicar tempo passado
usa-se o verbo haver. Na dúvida, substitua pelos verbos ter ou fazer.
Exemplo: Atuo no setor de vendas
tem/faz 10 anos.
28. Curti ou Curtir (verbo no
infinitivo)
Curti ou curtir? Evite erros
ortográficos como esse.
Errado: Você vai curti muito minha
nova página no Facebook.
Correto: Você vai curtir muito minha
nova página no Facebook.
Explicação: Sempre que houver um verbo
auxiliar de tempo, no caso, ir (vai), este deve ser seguido de um verbo no
infinitivo: curtir.
29. Descriminar ou Discriminar
Descriminar ou Discriminar?
Errado: Não descrimine ninguém pela
cor ou opção sexual.
Correto: Não discrimine ninguém pela
cor ou opção sexual.
Explicação: Descriminar significa
absolver, inocentar.
O prefixo “des” indica
uma ação no sentido contrário, nesse caso, quer dizer tirar o crime.
Exemplo: Ele falou em descriminar o
uso de algumas drogas.
Discriminar significa distinguir,
separar, diferenciar, especificar. Isso pode ser feito com ou sem
preconceito.
Há um sentido que não carrega tom
negativo, quando significa especificar, separar por itens, mercadorias,
informações.
Exemplo: Discriminei todos os
produtos na nota fiscal.
30. Perca ou Perda
Perca ou Perda?
Errado: As percas do semestre serão
compensadas no próximo.
Correto: As perdas do semestre serão
compensadas no próximo.
Explicação: Perca é uma flexão do verbo
perder. Aparece na 1ª e 3ª pessoa do singular do presente do subjuntivo e
na 3ª pessoa do singular do imperativo.
Exemplos: Não perca essa
oportunidade! (3ª pessoa do singular do imperativo) / Espero que ela não perca
mais tempo. (3ª pessoa do singular do presente do subjuntivo)
Perda é um substantivo que
significa se privar (desapossar, excluir) de alguém ou de algo que se tinha.
É fácil saber porque sempre que
for substantivo, pode ser acompanhado de artigo, pronome ou numeral antes de
si.
Exemplos: Mariana está muito abalada,
já é a terceira perda esse ano./ Nem sempre as perdas representam algo ruim.
31. Interviu ou Interveio
Interviu ou interveio?
Errado: O país interviu em várias
guerras.
Correto: O país interveio em várias
guerras.
Explicação: O verbo intervir deriva do
verbo vir e a conjugação dos verbos compostos deve seguir a conjugação dos
verbos simples.
O equívoco mais frequente é
seguir a conjugação do verbo ver (como no exemplo acima).
Nas terceiras pessoas, vale a
pena observar a acentuação: no verbo vir, um acento circunflexo distingue a
forma “(eles) vêm” (plural) da homônima singular “(ele) vem”; no verbo
intervir, o singular recebe acento agudo (intervém) e o plural recebe acento
circunflexo (intervêm).
As duas formas são acentuadas
porque ambas são oxítonas terminadas em “-em”.
32. Assistir o filme ou Assistir
ao filme
Assistir o filme ou Assistir ao
filme?
Errado: Ontem assistimos o novo
filme da Angelina Jolie.
Correto: Ontem assistimos ao novo
filme da Angelina Jolie.
Explicação: O verbo assistir admite as
duas formas, mas para significações diferentes.
Assistir no sentido de ver pede a
preposição a, já no sentido de ajudar, acompanhar ou assessorar é
transitivo direto, isto é, não possui preposição.
Exemplo: Eu assisti uma senhora na
fila do banco. (= dei assistência, ajudei)
33. Adequa ou adequada
Adequa ou adequada?
Errado: Ele não se adequa ao meu
modo de vida.
Correto: Ele não é adequado ao meu
modo de vida.
Explicação: Adequar é um verbo
defectivo, ou seja, não se conjuga em todas as pessoas e tempos.
No presente do indicativo são
conjugadas apenas primeira e a segunda pessoas do plural (nós adequamos,
vós adequais).
34. Aluga-se ou Alugam-se
Aluga-se ou Alugam-se?
Errado: Aluga-se apartamentos
Correto: Alugam-se apartamentos
Explicação: O sujeito da oração
(apartamentos) concorda com o verbo. Quando houver dúvida, coloque a oração na
voz passiva: Apartamentos são alugados.
Observe que o verbo ser está no
plural, logo, alugar também deve estar quando na voz ativa.
35. Aumentar ainda mais ou
aumentar muito
Aumentar ainda mais ou aumentar
muito?
Errado: Precisamos aumentar ainda
mais os lucros.
Forma correta: Precisamos aumentar muito
os lucros.
Explicação: Aumentar é sempre mais, não
existe aumentar menos. Portanto, são formas redundantes: aumentar mais,
aumentar muito mais e aumentar ainda mais.
36. Dispor ou dispuser
Dispor ou dispuser?
Errado: Se ela dispor de paciência,
conseguirá terminar o trabalho.
Correto: Se ela dispuser de
paciência, conseguirá terminar o trabalho.
Explicação: A conjugação do verbo
dispor acompanha a do verbo por, assim como repor, compor, sobrepor e etc.
37. Falta ou faltam
Falta ou faltam?
Errado: Falta 15 dias para ele
voltar de férias.
Correto: Faltam 15 dias para ele
voltar de férias.
Explicação: O verbo deve concordar com o
sujeito da frase. Uma boa dica para sanar essa dúvida é perguntar quem ou o que
realiza a ação do verbo.
No caso, o que é que falta? 15
dias faltam, no plural.
38. Faz ou Fazem
Faz ou Fazem?
Errado: Fazem dois meses que não o
vejo.
Correto: Faz dois meses que não o
vejo.
Explicação: O verbo fazer quando
sinaliza tempo transcorrido fica na 3ª pessoa do
singular.
singular.
39. Há 18 anos atrás ou Há 18
anos
Há 18 anos atrás ou Há 18 anos?
Errado: Há 18 anos atrás, eu entrei
para o Corpo de Bombeiros.
Correto: Há 18 anos, eu entrei para
o Corpo de Bombeiros.
Explicação: Usar “há” e “atrás” na
mesma frase é redundante. O verbo haver, sempre que estiver relacionado a tempo
que já passou, impede o uso da palavra atrás.
Sendo assim, existem duas formas
corretas para a frase: “há dezoito anos” ou “dezoito anos atrás”.
40. Houve ou Houveram
Houve ou Houveram?
Errado: Houveram boatos de que eu
estava na pior.
Correto: Houve boatos de que eu
estava na pior.
Explicação: Haver no sentido de existir
nunca é usado no plural!
41. Precisa-se ou Precisam-se
Precisa-se ou Precisam-se?
Errado: Precisam-se de vendedores
com experiência.
Correto: Precisa-se de vendedores
com experiência.
Explicação: Sempre que houver uma
preposição depois do pronome se (de, por, para, com, em, etc.) não haverá
plural, apenas singular.
Exemplo: Trata-se de ideias inovadoras.
42. Preveram ou Previram
Preveram ou Previram? Evite esse
simples erro de ortografia.
Errado: Os gurus preveram o sucesso
do marketing digital.
Correto: Os gurus previram o sucesso
do marketing digital.
Explicação: A conjugação do verbo
prever segue a do verbo ver. Logo, se o certo é dizer eles viram, também é
certo dizer eles previram.
43. Ratificar ou Retificar
Ratificar ou Retificar?
Errado: Os fatos retificaram nossas
previsões.
Correto: Os fatos ratificaram nossas
previsões.
Explicação: Ratificar significa
confirmar, reafirmar, validar, comprovar, autenticar.
Retificar se refere ao ato de
corrigir, emendar ou alinhar alguma coisa. Uma dica é lembrar que o termo
é derivado de “reto”, ou seja, tem o sentido de endireitar.
44. Vem ou Veem
Vem ou Veem?
Errado: Eles vem problema em tudo.
Correto: Eles veem problema em tudo.
Explicação: Observe as conjugações no
presente do verbo ver: ele vê (com acento), eles veem (sem acento, segundo
o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa).
Exemplos: Ele vê a namorada todo
dia./ Eles se veem com bastante frequência.
Não confunda com o verbo vir, que
no presente é conjugado assim: ele vem, eles vêm (com acento).
Exemplos: Ele sempre vem aqui. /Eles
raramente vêm ao Rio de Janeiro.
45. Vir ou Vier
Vir ou Vier?
Errado: Se ela não vir amanhã, não
precisa vir mais.
Correto: Se ela não vier amanhã, não
precisa vir mais.
Explicação: No caso do verbo vir, temos
as seguintes formas no futuro do subjuntivo: quando/se eu vier, ele vier, nós
viermos, eles vierem.
Não confundir com o verbo ver: Se
ele me vir aqui, vai ficar com muita raiva.
46. Tachar ou Taxar
Tachar ou Taxar?
Errado: Foi taxado de ladrão.
Correto: Foi tachado de ladrão.
Explicação: O verbo tachar se refere ao
ato de por tacha ou defeito, ou ainda acusar alguém. Já o verbo taxar se refere
ao ato de fixar um preço.
Exemplo: Governo quer taxar novos
impostos sobre bens imobiliários.
47. Tem ou Têm
Tem ou Têm?
Errado: Eles tem que comparecer à
reunião de pais e mestres.
Correto: Eles têm que comparecer à
reunião de pais e mestres.
Explicação: Ambas são formas conjugadas
do verbo ter no presente do indicativo, mas estão conjugadas em diferentes
pessoas.
Tem está na 3ª pessoa do singular
e têm está na 3ª pessoa do plural. As palavras teem e têem não existem, estão erradas.
48. Quis ou Quiz
Quis ou Quiz?
Errado: Eles sempre quiz esse
emprego.
Correto: Eles sempre quis esse
emprego.
Explicação: As duas palavras existem,
no entanto, têm significados bem diferentes.
A conjugação correta do verbo
querer no pretérito perfeito do indicativo é quis. Muitos escrevem com z por
comparação com verbos como fazer (eu fiz) ou dizer (ele diz).
Quiz, com z, é um jogo ou
competição em que se fazem perguntas para testar conhecimento geral.
Exemplo: Faça o quiz online o
descubra o quão bom você é em matemática.
49. Um dos que chegou ou Um dos
que chegaram
Um dos que chegou ou Um dos que
chegaram?
Errado: Ele foi um dos que chegou
antes.
Correto: Ele foi um dos que chegaram
antes.
Explicação: “Um dos que” faz a
concordância no plural, pois é um daqueles que chegaram. Para tirar a dúvida,
pode-se inverter a frase: Dos que chegaram antes, ele foi um.
50. Esta ou Está
Esta ou Está?
Errado: Ele esta triste hoje.
Correto: Ele está triste hoje.
Explicação: Esta é um pronome
demonstrativo feminino e é usado para indicar algo no espaço, posicionando um
objeto em relação a alguém.
Sua sílaba tônica, isto é, a mais
forte, é “es” e não há necessidade de acento gráfico, pois é paroxítona
terminada em “a”.
Exemplo: Esta roupa ficou ótima em
você.
Obs.: Esta x Essa – O “esta” é
usado para objetos que estão próximos de quem fala, caso contrário, deve-se
usar outros pronomes demonstrativos femininos, como essa ou aquela. O mesmo
vale para isto e isso, este e esse e etc.
Está é a flexão do verbo “estar”
na 3ª pessoa do singular do presente do indicativo (ela está…) ou na 2ª pessoa
do imperativo afirmativo (está tu).
A sílaba tônica é “ta” e,
portanto, é uma palavra oxítona terminada em “a”, o que justifica o acento
gráfico.
51. Aja ou Haja
Aja ou Haja?
Errado: Espero que aja compreensão
da parte deles.
Correto: Espero que haja compreensão
da parte deles.
Explicação: As duas formas existem na
língua portuguesa, mas aja é uma forma verbal do verbo agir e haja é uma forma
verbal do verbo haver, por isso o h.
ESCREVER CERTO: EXPRESSÕES – O ERRO MAIS BANAL DE TODA PIZZARIA QUE
ENTREGA “A” DOMICÍLIO…
Alguns enganos se tornam tão
corriqueiros que muitas vezes somos induzidos ao erro pelo senso comum.
Mas não se esqueça: o certo é o
certo mesmo que (quase) ninguém faça. E isso vale para a língua portuguesa.
Então preste atenção nas dicas a
seguir e não se deixa enganar por letreiros de pizzarias e afins.
52. A cores ou Em cores
A cores ou Em cores?
Errado: O material da reunião será
a cores.
Correto: O material da reunião será
em cores.
Explicação: Se o correto é em preto em
branco, é também correto dizer material em cores.
53. A domicílio ou Em domicílio
A domicílio ou Em domicílio?
Errado: A pizzaria entrega a
domicílio.
Correto: A pizzaria entrega em
domicílio.
Explicação: No caso de entrega, usa-se
a forma em domicílio. A forma a domicílio é
usada para verbos de movimento.
usada para verbos de movimento.
Exemplo: Foram levá-lo a domicílio.
54. A longo prazo ou Em longo
prazo
A longo prazo ou Em longo prazo?
Errado: Para alcançar grandes
resultados, é preciso pensar a longo prazo.
Correto: Para alcançar grandes
resultados, é preciso pensar em longo prazo.
Explicação: Usa-se a preposição em nos
seguintes casos: em longo prazo, em curto prazo e em médio prazo.
55. A nível de ou Em nível de
A nível de ou Em nível de?
Errado: A votação será realizada a
nível nacional.
Correto: A votação será realizada em
nível nacional.
Explicação: O uso de a nível de está
correto quando a preposição “a” está associada ao artigo “o” e significa
“à mesma altura”.
Exemplo: Aquele hotel está ao nível
da nossa exigência. Mas vale ressaltar que a expressão em nível de só está
correta quando equivale a “de âmbito” ou “com status de”, como no primeiro
exemplo.
56. Daqui a pouco ou Daqui há
pouco
Daqui a pouco ou Daqui há pouco?
Errado: O diretor chegará daqui há
pouco.
Correto: O diretor chegará daqui a
pouco.
Explicação: A pouco indica ação que
ainda vai ocorrer, a ideia é de futuro próximo.
Já há pouco indica ação que já
aconteceu, pode ser substituído por faz pouco tempo.
57. Correr atrás do prejuízo ou
correr atrás do lucro
Correr atrás do prejuízo ou
correr atrás do lucro?
Errado: Precisamos correr atrás do
prejuízo.
Correto: Precisamos correr atrás do
lucro.
Explicação: Pode-se correr do prejuízo,
mas não se deve correr atrás dele. A forma correr atrás do prejuízo não
faz sentido.
58. De encontro ao ou Ao encontro
do
De encontro ao ou Ao encontro do?
Errado: Seus ideais vêm de encontro
ao que a empresa busca nesse momento.
Correto: Seus ideais vêm ao encontro
do que a empresa busca nesse momento.
Explicação: De encontro a é estar em
sentido contrário, em oposição a. Ao encontro de é estar de acordo, ideia de
conformidade.
59. Em mãos ou Em mão
Em mãos ou Em mão?
Errado: Esta encomenda deve ser
entregue em mãos.
Correto: Esta encomenda deve ser
entregue em mão.
Explicação: Ninguém escreve a mãos, nem
fica em pés. O correto é em mão, cuja abreviatura é E. M.
60. Ora ou hora
Ora ou hora?
Errado: Por hora, prefiro que a
gente continue como está.
Correto: Por ora, prefiro que a gente
continue como está.
Explicação: A expressão por hora,
quando escrita com a letra “h”, refere-se ao tempo, a marcação em minutos.
Exemplo: Quando corria, chegava a
dezoito quilômetros por hora. Já a expressão por ora, quando escrita sem o
“h”, dá a ideia de no momento ou agora.
É um advérbio de tempo, expressa
sentido de por enquanto, no momento, atualmente.
ESCREVER MELHOR: PRONOMES – OI, QUERO TE APRESENTAR TRÊS AMIGAS:
PRÓCLISE, ÊNCLISE E MESÓCLISE
“Lhe” ou “o”? “Sinta-se” ou “se
sinta”? Calma, você não é o único a ter este tipo de dúvida. Saber qual pronome
utilizar e onde encaixá-lo em uma oração nem sempre é tarefa fácil.
Mais uma vez isso tem a ver com a
regência do verbo, análise sintática dos termos, além de outras regrinhas que
vamos explicar mais detalhadamente abaixo.
61. Entre eu e ele ou Entre mim e
ele
Entre eu e ele ou Entre mim e
ele?
Errado: Não há mentiras entre eu e
ele.
Correto: Não há mentiras entre mim e
ele.
Explicação: Os pronomes pessoais do
caso reto exercem função de sujeito (ou predicativo do sujeito) e nunca de
complemento.
62. Lhe ou o
Lhe ou o?
Errado: Nunca lhe vi antes.
Correto: Nunca o vi antes.
Explicação: Lhe substitui a ele, a
eles, a você e a vocês e por isso não pode ser usado com objeto direto, isto é,
aquele que não pede preposição.
No caso do exemplo acima, quem
vê, vê alguém.
Por outro lado, se o verbo
pedisse preposição, o certo seria usar “lhe”.
Exemplo: A decisão não lhe agradou.
(quem agrada, agrada a alguém: a decisão não agradou a ele)
63. Comtigo ou Contigo
Comtigo ou Contigo?
Errado: Ele veio com tigo hoje?
Correto: Ele veio contigo hoje?
Explicação: Nesse caso, não existe
explicação. Os pronomes são: comigo, contigo, consigo, conosco e convosco.
Sempre junto.
Lembrando que consigo é
reflexivo, isto é, refere-se ao sujeito da oração.
Exemplo: Carlos tem costume de falar
consigo mesmo. → mesmo/próprio não são obrigatórios, mas reforçam a ideia de
ação reflexiva.
→ Colocação dos pronomes oblíquos
átonos (me, te, se, o, a, lhe, nos, vos, os, as, lhes) em relação ao
verbo.
64. Próclise (antes do verbo)
Errado: Não cale-se diante das
injustiças.
Correto: Não se cale diante das
injustiças.
Explicação: Palavras ou expressões
negativas (não, nada, ninguém, de modo algum…) “puxam” o pronome para antes do
verbo.
Mas existem outros casos nos
quais a próclise é obrigatória:
- Com
conjunções subordinativas: quando, se, porque, que, conforme, embora, logo,
que. Exemplos: Quando se trata de trabalho, ele é super responsável. /Fui
convidando os amigos conforme me lembrava deles.
– Após advérbios. Porém, caso haja vírgula depois do advérbio, este deixa de atrair o pronome. Exemplos: Sempre me identifiquei com ele. /Hoje, fala-se muito em marketing de conteúdo.
- Pronomes relativos, demonstrativos e indefinidos. Exemplos: Alguém me ligou? (indefinido) / A pessoa que se diz amiga tem que ajudar. (relativo) / Isso me enche de alegria. (demonstrativo).
– Após advérbios. Porém, caso haja vírgula depois do advérbio, este deixa de atrair o pronome. Exemplos: Sempre me identifiquei com ele. /Hoje, fala-se muito em marketing de conteúdo.
- Pronomes relativos, demonstrativos e indefinidos. Exemplos: Alguém me ligou? (indefinido) / A pessoa que se diz amiga tem que ajudar. (relativo) / Isso me enche de alegria. (demonstrativo).
- Em frases
interrogativas. Exemplos: Como se chama sua prima?
- Em frases exclamativas ou optativas (que exprimem desejo). Exemplos: Deus o abençoe!
- Com verbo no gerúndio antecedido de preposição “em”. Exemplo: Em se tratando de saúde, ele é expert.
- Com formas verbais proparoxítonas. Exemplo: Nós o criticávamos.
- Em frases exclamativas ou optativas (que exprimem desejo). Exemplos: Deus o abençoe!
- Com verbo no gerúndio antecedido de preposição “em”. Exemplo: Em se tratando de saúde, ele é expert.
- Com formas verbais proparoxítonas. Exemplo: Nós o criticávamos.
Ou seja, são muitos casos! Sendo
assim, sempre prefira usar a próclise para não correr o risco de errar.
65. Ênclise (depois do verbo)
Errado: Se faz necessária uma
reavaliação do nosso posicionamento.
Correto: Faz-se necessária uma
reavaliação do nosso posicionamento.
Explicação: Não se pode iniciar frase com pronomes
oblíquos (isso na norma culta, já que na coloquial é amplamente usado). Outros
casos em que se usa ênclise:
- Com verbos no infinitivo. Exemplo: Manter-se em forma é bom para autoestima.
- Com o verbo no imperativo afirmativo. Exemplo: Por favor, calem-se!
- Com o verbo no gerúndio. Exemplo: Acabou deixando-me sozinho.
- Com o verbo no infinitivo impessoal: Convém contar-lhe tudo.
- Com verbos no infinitivo. Exemplo: Manter-se em forma é bom para autoestima.
- Com o verbo no imperativo afirmativo. Exemplo: Por favor, calem-se!
- Com o verbo no gerúndio. Exemplo: Acabou deixando-me sozinho.
- Com o verbo no infinitivo impessoal: Convém contar-lhe tudo.
66. Mesóclise (no meio do verbo)
Errado: Tornarei-me chefe-executivo
dessa empresa.
Correto: Tornar-me-ei
chefe-executivo dessa empresa.
Explicação: Quando os verbos estiverem no
futuro do presente ou no futuro do pretérito, usa-se mesóclise.
Sua formação se faz assim: Verbo
no infinitivo + pronome oblíquo + terminação do verbo = Tornar-me-ei (ou Eu me
tornarei).
DICAS PARA ESCREVER MELHOR: SUBSTANTIVOS – O SEU AUMENTO SUBSTANCIAL DE
CONHECIMENTO
As maiores dúvidas em relação aos
substantivos geralmente dizem respeito à ortografia ou à significação. De fato,
existem diversas palavras homônimas e parônimas em nossa língua.
Palavras homônimas ou homônimos
são palavras que são pronunciadas da mesma forma, tendo significados
diferentes.
Palavras parônimas ou parônimos
são palavras que são escritas de forma parecida e são pronunciadas de forma
parecida, mas apresentam significados diferentes.
A seguir, veja como simples
associações podem sanar de vez as suas dúvidas e enriquecer seu vocabulário.
67. Cumprimento ou Comprimento
Cumprimento ou Comprimento?
Errado: Chegou e não comprimentou
ninguém.
Correto: Chegou e não cumprimentou
ninguém.
Explicação: Comprimento está relacionado ao
tamanho, à extensão de algo ou alguém. Exemplo: Não sei o comprimento da
janela.
Cumprimento relaciona-se a dois
verbos diferentes: cumprimentar uma pessoa (saudar), como no primeiro exemplo,
e cumprir uma tarefa (realizar).
Exemplo: O cumprimento das metas
estabelecidas é indispensável.
68. Descrição ou Discrição
Descrição ou Discrição?
Errado: Ele não tem a menor
descrição.
Correto: Ele não tem a menor
discrição.
Explicação: Discrição significa ser
discreto. Descrição refere-se ao ato de descrever.
Exemplo: Ela fez a descrição do
suspeito. (ela descreveu).
69. O óculos ou Os óculos
O óculos ou Os óculos?
Errado: O óculos quebrou depois que
caiu no chão.
Correto: Os óculos quebraram depois
que caíram no chão.
Explicação: A concordância da palavra
óculos é feita no plural: os óculos, meus óculos. Da mesma forma: Meus
parabéns, meus pêsames, seus ciúmes, nossas férias, felizes núpcias.
70. Sessão ou Seção
Sessão ou Seção?
Errado: Conseguimos comprar
ingressos para a última seção do cinema.
Correto: Conseguimos comprar
ingressos para a última sessão do cinema.
Explicação: Sessão significa espaço de
tempo de uma reunião deliberativa, de um espetáculo de cinema, teatro, etc. A
palavra deriva do latim “sessio” e significa “senta-se”.
Sendo assim, qualquer sessão que
exija da pessoa que ela se sente é escrita com dois “S”.
Seção quer dizer o mesmo que
secção, ou seja, ato ou efeito de repartir. Significa ainda: divisão de
repartições públicas, parte de um todo, departamento.
Exemplo: Cada seção do site abordará
um tema específico.
71. O grama ou A grama
O grama ou A grama?
Errado: Eu quero duzentas gramas de
presunto.
Correto: Eu quero duzentos gramas de
presunto.
G, no sentido de peso, é palavra
masculina: um grama de ouro, vitamina C de dois gramas. Grama, no feminino, é
sinônimo de capim.
Obs.: A abreviação de grama é g, não
gr, gs ou grs. Assim como abreviação de hora é h, não hr, hrs ou hs.
Abreviações oficiais não têm plural!
72. Viagem ou Viajem
Viagem ou Viajem?
Errado: Nossa viajem está
programada para dezembro.
Correto: Nossa viagem está
programada para dezembro.
Explicação: A palavra viagem, com G, é
um substantivo comum, sinônimo de jornada e deslocamento.
Viajem é a forma do verbo viajar
conjugada na 3ª pessoa do plural do presente do subjuntivo ou na 3ª pessoa do
plural do imperativo.
Exemplos: Espero que eles viajem
em segurança / Aproveitem as férias, viajem muito!
ERROS ORTOGRÁFICOS: VÍCIOS DE LINGUAGEM – LEITURA CRÍTICA É SEMPRE A
MELHOR REABILITAÇÃO
Ao contrário das figuras de
linguagem, os vícios de linguagem são palavras ou construções que estão em
desacordo com normas gramaticais.
Os vícios de linguagem costumam
ocorrer por descuido, ou ainda por desconhecimento das regras por parte do
emissor. Veja alguns exemplos abaixo:
73. Devidas providências ou
providências
Devidas providências ou
providências?
Errado: Peço as devidas providências.
Correto: Peço providências.
Explicação: O adjetivo devidas é
desnecessário e redundante, pois quem pediria providências indevidas?
74. Maiores informações ou Mais
informações
Maiores informações ou Mais
informações?
Errado: Para maiores informações,
acesse nosso site.
Correto: Para mais informações,
acesse nosso site.
Explicação: O termo “maior” é
comparativo, não deve ser utilizado nesse caso. Não existem informações maiores
ou menores, mas sim mais informações ou outras informações.
75. Encarar de frente ou Encarar
Encarar de frente ou Encarar?
Errado: Precisamos encarar esse
problema de frente.
Correto: Precisamos encarar esse
problema.
Explicação: Se o desejo é enfatizar o
verbo encarar, então o que se pode dizer é “encarar firmemente”, “encarar
decididamente”, “encarar sem medo”, “encarar com determinação”.
O “de frente” não enfatiza nada,
já que essa noção já está implícita na própria idéia de “encarar”, que quer
dizer “olhar cara a cara”, “olhar de frente”. Portanto, “encarar de frente” é
redundante.
76. Na minha opinião pessoal ou
Na minha opinião
Na minha opinião pessoal ou Na
minha opinião?
Errado: Na minha opinião pessoal,
devemos adiar a palestra.
Correto: Na minha opinião, devemos
adiar a palestra.
Explicação: Se a opinião é minha, só
pode ser pessoal.
77. Planejar antecipadamente ou
Planejar
Planejar antecipadamente ou
Planejar?
Errado: Devemos planejar
antecipadamente nosso calendário de postagens.
Correto: Devemos planejar nosso
calendário de postagens.
Explicação: Planejar é o ato de definir
metas e objetivos de um projeto antecipadamente, ou seja, o ato de planejar por
si só subentende a antecedência.
78. Multidão de pessoas ou
Multidão
Multidão de pessoas ou Multidão?
Errado: Uma multidão de pessoas
invadiu a emissora ontem.
Correto: Uma multidão invadiu a
emissora ontem.
Explicação: Qualquer substantivo
coletivo específico é um pleonasmo. Multidão é sempre de pessoas, assim como
cardume é sempre de peixes, enxame, de abelhas e etc.
79. Em duas metades iguais ou Em
duas partes iguais
Em duas metades iguais ou Em duas
partes iguais?
Errado: Vamos dividir a porção em
duas metades iguais.
Correto: Vamos dividir a porção em
duas partes iguais.
Explicação: Metade é o mesmo que duas
partes iguais. Assim, dizer que dividiu alguma coisa em duas metades iguais
constitui um pleonasmo.
Também seria correto dizer: Vamos
dividir a porção pela metade.
80. Repetir de novo ou Repetir
Repetir de novo ou Repetir?
Errado: Professor, pode repetir de
novo?
Correto: Professor, pode repetir?
Explicação: A expressão é redundante quando
se trata de um fato que ocorreu pela segunda vez, porque repetir significa
fazer de novo, outra vez.
Não será redundância se o fato
ocorre pela terceira ou mais vezes. O fato aconteceu, repetiu e repetiu de
novo.
Estas foram as dicas para
escrever melhor. Espero que tenham sido úteis para você.
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