sexta-feira, 2 de fevereiro de 2018

Pontos positivos e negativo do celular são debatidos por professores e pais.



04/06/2015 08h05 - Atualizado em 04/06/2015 08h05

Especialista orienta a evitar celulares para crianças: ‘Ideal é a partir dos 12’

Psicopedagoga de Itapetininga fala sobre problemas do uso em excesso.
Pontos positivos e negativo do celular são debatidos por professores e pais.

Do G1 Itapetininga e Região









Cada vez mais cedo as crianças começam a mexer em smartphones ou tablets para lazer. Uma pesquisa aponta que 24% das crianças entrevistadas têm celular com 9 anos de idade, 16% aos 6 anos e 7% aos 5 anos. O estudo é do Centro de Estudos Sobre as Tecnologias da Informação e da Comunicação (Cetic). A psicopedagoga Mariana de Campos Fonseca da Silva, de Itapetininga (SP), alerta os pais que o uso em excesso e cedo dos celulares podem trazer diversos problemas, e recomenda a partir dos 12 anos:
Aos 2 anos, Nicolas já sabe tirar fotos, jogar e assistir no celular (Foto: Reprodução/ TV TEM)Aos 2 anos, Nicolas já sabe tirar fotos, jogar e
assistir no celular (Foto: Reprodução/ TV TEM)
“Nossa preocupação quando educador é com a faixa etária que as crianças começam. De acordo com pesquisas americanas, e alguns congressos, o ideal seria a partir dos 12 anos, para que não haja nenhum dano cerebral. Os danos seriam falta de concentração, tensão, alterações de memória. Mas acho que muito radicalismo não adianta, então tem que ter o bom senso de permitir em alguns momentos. Mas ele excessivamente é uma perda”, diz Mariana.
O assunto gera divisão em quem é contra o uso precoce do aparelho e de quem ache positivo. O aposentado Vanderlei Martins Silva, por exemplo, não vê problemas pelo neto Nicolas, de apenas 2 anos, já saber mexer no celular melhor que ele. “Fui ver no celular e tinha umas 20 fotos tiradas pelo Nicolas. Ninguém ensinou ou mostrou como faz. Ele mesmo liga, mexe e aprende”, diz.
Os mais novos pertencem a chamada geração dos "nativos digitais". Mariana volta a comentar sobre os riscos excessivos. Além da parte mental, o lado social também pode ser afetado. “Há muitas perdas, por isso recomendo não dar o celular. Porque obriga a criança a criar estratégias para se divertir: se ele não tem o celular, terá que brincar ou fazer alguma coisa”, orienta.
Mas enquanto eles não chegam à escola, crianças do ensino fundamental ainda aprendem a hora certa de usar os smartphones. Uma ferramenta que pra eles é fundamental. “Dá para jogar jogos, mandar mensagens, ligar para as pessoas. Acho que não dá para viver sem celular”, conta Letícia Nogueira, de 9 anos.
Uma escola de Itapetininga até permite que os próprios alunos façam pesquisas na web para tirarem dúvidas sobre o que é ensinado em aula. A facilidade de pesquisar é apontada pela psicopedagoga Mariana como um benefício:
Nas escolas crianças têm que deixar de lado o celular (Foto: Reprodução/ TV TEM)Nas escolas crianças têm que deixar de
lado o celular (Foto: Reprodução/ TV TEM)
“Antigamente era na base das enciclopédias, que também é bom, mas não é muito atrativo. Mas se não for algo direcionado, o celular em sala de aula traz muito problemas. Por que o que é mais gostoso? Prestar atenção no professor ou brincar no celular, que é muito mais divertido. A concentração, lógico, fica em outro ponto.”
Outra pesquisa sobre o tema, dessa vez da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), revelou que 58,7% de crianças e adolescentes entre 10 e 14 anos nas regiões sul e sudeste têm celular.
A estudante Lara Trindade, de 15 anos, quase se encaixa no perfil da pesquisa. No começo da adolescência costumava usar o computador, porém atualmente o aparelho já não tem mais necessidade para ela. “Dá para fazer pesquisas de vez em quando, mas uso mais para bater papo (risos)”, diz.
Por se tratar de uma adolescente, a mãe de Lara, a professora Solange Trindade, diz que se preocupa em controlar também o conteúdo do que a filha tem acesso. “Tem que controlar, e quando passa do limite eu corto”, afirma.
Lara trocou computador pelo celular, onde bate papo e às vezes faz ligações (Foto: Reprodução/ TV TEM)Lara trocou computador pelo celular, onde bate papo e às vezes faz ligações (Foto: Reprodução/ TV TEM)

quinta-feira, 1 de fevereiro de 2018

CENSO ESCOLAR



NOVA ESCOLA -  GESTÃO ESCOLAR

01 de fevereiro de 2018 
Censo Escolar: as escolas que os brasileiros frequentam
Por: NOVA ESCOLA

Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil
O Brasil conta com 184,1 mil escolas de Educação Básica que estão sob a responsabilidade dos municípios – concentrando cerca de 2/3 das instituições, ou seja, 112,9 mil escolas. De acordo com o Censo Escolar 2017, divulgado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), a participação das escolas da rede privada registrou um pequeno crescimento, passando de 21,5% em 2016 para 21,7% em 2017.
O gráfico a seguir aponta que a grande maioria das escolas – estamos falando de 61,3% – está sob o guarda-chuva dos municípios. 
Fonte: INEP
A maior parte das escolas brasileiras, na ordem de 67%, está localizada nas áreas urbanas. Do total geral, 71,5% oferecem Ensino Fundamental. O Ensino Médio é ofertado por apenas 15,5% das escolas.
Fonte: INEP
O Censo Escolar também aponta que do total de escolas brasileiras, 15,9% possuem mais de 500 matrículas – o que as coloca na categoria de grande porte. Na outra ponta estão as escolas de pequeno porte: são 22,7% que atendem até 50 alunos. Essas escolas, em grande maioria, são municipais (75,9%) e estão localizadas em áreas rurais (74,8%).
Fonte: INEP
Os números do Censo Escolar mostram que a quantidade de escolas que contam com biblioteca e/ou sala de leitura é pequena nas regiões Norte e Nordeste do país. A situação inversa pode ser vista no Distrito Federal, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul, onde 72% das escolas dispõem desse recurso.
Fonte: INEP
Problemas de infraestrutura
Quando se olha para a infraestrutura das escolas, as deficiências também são grandes. Nas escolas de Ensino Fundamental, apenas 41,6% contam com rede de esgoto, e 52,3% apenas com fossa. Em 6,1% das escolas, não há sistema de esgotamento sanitário. A situação é mais precária nos Estados do Acre, Amazonas, Pará e Roraima.
As escolas de Ensino Fundamental contam com serviço de abastecimento de água disponibilizado pela rede pública (65,8%), mas há escolas abastecidas por poço artesiano (17,4%); cacimba, poço ou cisterna (11,9%) ou então diretamente por rios, córregos ou outros canais (6,2%). Em 10% delas, não há água, energia ou esgoto.


EDUCAÇÃO BÁSICA



NOVA ESCOLA – GESTÃO ESCOLAR

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01 de fevereiro de 2018 
Educação Básica: 21,6% dos professores não possuem superior completo
No Ensino Médio, as disciplinas mais afetadas pela falta de professores com formação são Física, Língua Estrangeira e Química. No Fundamental, a lacuna está em Matemática
Por: Laís Semis
Foto: Arquivo/Agência Brasil
De acordo com Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD) 2016, 99,2% da população de 6 a 14 anos frequentam escola. Não é o melhor dos mundos, mas não é o mais preocupante, na visão do Ministério da Educação (MEC). “Hoje o desafio do Brasil está menos no acesso à escola. A maior preocupação é melhorar em qualidade”, diz Rossieli Soares, secretário de Educação Básica do MEC. A avaliação do secretário foi feita durante a divulgação dos dados do Censo Escolar 2017 que aconteceu no último dia 31.

Um desses desafios passa diretamente pela formação de professores. A Meta 15 do Plano Nacional de Educação (PNE) prevê que todos os docentes da Educação Básica possuam formação específica de nível superior, em curso de licenciatura na área de conhecimento em que atuam. De acordo com o Censo Escolar, apenas 78,4% deles se encaixam no requisito. Dessa cifra, 4,2% não possuem licenciatura, apenas bacharelado (veja nos gráficos abaixo quais são as disciplinas mais afetadas pela falta de formação adequada).

LEIA MAIS: 
Evasão: Censo Escolar revela “fracasso da escola”

“A meta de formação adequada de professores tem um princípio bom, mas ela já nasceu não batida”, considera Ernesto Martins Faria, diretor-executivo do Portal Interdisciplinaridade e Evidências no Debate Educacional (Iede). Para ele, é pouco razoável imaginar que em 10 anos o Brasil conseguirá garantir formação adequada em todas as áreas. “Embora seja um aspecto básico que deveria ser garantido, existem questões estruturantes de desafio, como poucos professores formados em Exatas”, avalia. Ernesto explica que não se trata apenas do quantitativo geral, mas também de distribuição de formação no Brasil - que é mais grave em determinadas regiões do país. “É muito difícil imaginar que esse ciclo possa ser rompido num pequeno período de tempo, sem programas muito intencionais e de incentivo às áreas com formações mais deficitárias”, analisa o diretor-executivo do Iede. “Se um grande trabalho for feito nesse sentido, essa escassez tende a ser minimizada num período de 10 a 20 anos”.

As medidas anunciadas pelo MEC
Em outubro do ano passado, o ministério anunciou a 
Política Nacional de Formação de Professores. “Como os programas terão como referência a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), os professores terão oportunidade de aprender a trabalhar com ela, seja na formação inicial ou continuada”, aponta Maria Helena Guimarães, ministra da Educação substituta. Entre as ações previstas pela medida estão:
- Residência pedagógica (80 mil vagas estão previstas a partir de 2018 pelo programa);
- Ampliação de cursos de mestrado profissionalizante e cursos de especialização, abrangendo todas as áreas e componentes curriculares da BNCC;
- Flexibilização das regras para bolsistas do Programa Universidade para Todos (ProUni) para o preenchimento de vagas ociosas;
- Criação da Base Nacional de Formação Docente para nortear o currículo de formação de professores;
- Reserva de 75% das vagas da Universidade Aberta do Brasil (UAB) para a formação de professores que estejam cursando seu primeiro ou segundo curso de licenciatura.

As disciplinas mais afetadas pela formação
Nos anos finais do Fundamental, 85,3% dos docentes possuem superior completo, sendo 82% com licenciatura. No Ensino Médio, o índice sobe para 93,5% - mas apenas 86,8% são licenciados. Veja nos gráficos abaixo como essa divisão acontece por disciplina em cada etapa. A análise do Indicador de Adequação da Formação Docente é dividida em cinco grupos:

Grupo 1 - Percentual de aulas ministradas por professores com formação superior de licenciatura (ou bacharelado com complementação pedagógica) na mesma área da disciplina que leciona
Grupo 2 - Percentual de aulas ministradas por professores com formação superior de bacharelado (sem complementação pedagógica) na mesma área da disciplina que leciona
Grupo 3 - Percentual de aulas ministradas por professores com formação superior de licenciatura (ou bacharelado com complementação pedagógica) em área diferente daquela que leciona
Grupo 4 - Percentual de aulas ministradas por professores com formação superior não considerada nas categorias anteriores
Grupo 5 - Percentual de aulas ministradas por professores sem formação superior




6,5% dos professores que integram o Grupo 5 ainda estão fazendo o Ensino Superior. A maior parte (10,4%) têm Médio completo com curso normal ou magistério. 4,5% têm apenas o Médio e 0,3%, o Fundamental.